Grabación del espectáculo "Simone" en el Canecão, dirigido por Flávio Rangel, que fue catalogado por la crítica del periódico Jornal do Brasil como "el espectáculo perfecto ".
Composição: Sueli Costa / Abel Silva
Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que quero me suprime
De que por não saber, ainda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que não sofri
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
Começar de novo
E contar comigo
Vai valer a pena
Ter amanhecido
Ter me rebelado
Ter me debatido
Ter me machucado
Ter sobrevivido
Ter virado a mesa
Ter me conhecido
Ter virado o barco
Ter me socorrido
Começar de novo
E contar comigo
Vai valer a pena
Ter amanhecido
Sem as tuas garras
Sempre tão seguras
Sem o teu fantasma
Sem tua moldura
Sem tuas escoras
Sem o teu domínio
Sem tuas esporas
Sem o teu fascínio
Começar de novo
E contar comigo
Vai valer a pena
Já ter te esquecido
Começar de novo
Composição: Chico Buarque de Hollanda / Nelson Wederkind, Waldir Rocha / Lupicínio Rodrigues / Lúcio Cardim / Mariano Pinto / Marcio Rossi / Lupicínio Rodrigues / Chico Buarque
Se você crê em Deus
Erga as mãos para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
(Eu sou seu incesto) seu jeito, seu gesto
Sou perfeita porque
Igualzinha a você
Eu não presto
Eu não presto
Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agradeça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece
(…)
Tu me mandaste embora, eu irei
Mas comigo também levarei
O orgulho de não mais voltar
Mesmo que a vida se torne cruel
Se transforme em uma taça de fel
Este trapo tu não mais verás
(…)
Mas enquanto houver força em meu peito
Eu não quero mais nada
Só vingança, vingança, vingança
Aos santos clamar
Você há de rolar como as pedras
Que rolam na estrada
Sem ter nunca um cantinho de seu
Pra poder descansar
(…)
Afinal
Se amar demais passou a ser o meu defeito
É bem possível que eu não tenha mais direito
De ser matriz por ter somente amor pra dar
Afinal
O que ela pensa em conseguir me desprezando
Se sua sina sempre é voltar chorando
Arrependida, me pedindo pra ficar
(…)
Que será da minha vida
Sem o teu amor
Da minha boca sem os beijos teus
Da minha alma sem o teu calor
Que será da luz difusa do abajur lilás
Se nunca mais vier a iluminar outras noites iguais
(…)
Volta,
Vem viver outra vez ao meu lado,
Não consigo dormir sem teu braço,
Pois meu corpo está acostumado…
(…)
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus
Composição: Ivan Lins / Vitor Martins
Com força e com vontade, a felicidade
Há de se espalhar com toda a intensidade
Há de molhar o seco, de enxugar os olhos
De iluminar os becos
Antes que seja tarde
Há de assaltar os bares, e retomar as ruas
E visitar os lares
Antes que seja tarde
Há de rasgar as trevas e abençoar o dia
E de guardar as pedras,
Antes que seja tarde
Com força e com vontade, a felicidade
Há de se espalhar com toda a intensidade
Há de deixar sementes do mais bendito fruto
Na terra e no ventre,
Antes que seja tarde
Há de fazer alarde e libertar os sonhos
Da nossa mocidade,
Antes que seja tarde
Há de mudar os homens antes que a chama apague
Antes que a fé se acabe,
Antes que seja tarde
Com força e com vontade, a felicidade
Há de se espalhar com toda a intensidade
Composição: Chico Buarque de Hollanda
Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita, amor
Nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar
Meu amor
Vi chegando um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando de orangotango
Pra te pegar
Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado
De tudo que é lado
Vinha um bom motivo
Pra te esfolar
Quanto mais tu corria
Mais tu ficava
Mais atolava
Mais te sujava
Amor, tu fedia
Empestava o ar
Tu, que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade
E olha que maldade
Me deu vontade
De gargalhar
Ao pé da ribanceira
Acabou-se a liça
E escarrei-te inteira
A tua carniça
E tinha justiça
Nesse escarrar
Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, e aquele povo
Pôs-se a cantar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E já não tem paz
Pois eu sonhei contigo
E caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais
Composição: Milton Nascimento / Fernando Brant
Maria, Maria, é um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece viver e amar
Como outra qualquer do planeta
Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida
Composição: Milton Nascimento / Ronaldo Bastos
Porque você pediu
Uma canção para cantar
Como a cigarra
Arrebenta de tanta luz
E enche de som o ar
Porque a formiga é
A melhor amiga da cigarra
Raízes da mesma fábula
Que ela arranha, tece
E espalha no ar
Porque ainda é inverno
Em nosso coração
Essa canção é para cantar
Como a cigarra acende o verão
E ilumina o ar
Zi zi zi zi zi zi…
Composição: Geraldo Vandré
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria ou viver sem razão
Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na mente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
1980 – EMI-ODEON – LP (31C 064 422857)
1980 – EMI-ODEON – K7 (31C 264 422857)
1998 – EMI – CD (748142-2)
Teclados: Nelson Ayres
Bajo: Ivani Sabino
Batería: Willian Caram
Guitarra eléctrica: Olmir Stocker (Alemão)
Saxo y Flauta: Roberto Sion
Vocal: Roberto/ Ronaldo/ Valdir
Violin Spalla: Gentil Dias
Violines: Nelson Abramento, Bailon Francisco Pinto, Quinidio Faustino Teixeira, Boleslaw Zakrewsky, Sivinia Soares Pinto Barroso, Rubem de Oliveira, Sérgio Chaves Rosindo, João Jerônimo Menezes Filho
Violas: IzaakMendlewicz, Sérgio Bernardo Guimarães Prazeres, Carmelo Prisco
Violonchelos: Marilésia Magalhães Peixoto, Lúcio de Souza, Adir de Oliveira Meirelles
Oboe/ Corno-Inglés: João Alberto dos Santos Neto
Percusión: Alfredo Souza
Tecladista: Édson Antonio Marinho
Dirección Musical: Nelson Ayres
Dirección General: Flávio Rangel
Grabado en vivo en el Canecão el 30/12/1979
Productor Fonográfico: EMI-ODEON, Fonográfica, Industrial y Eletronica S.A.
Dirección de Producción: Renato Corrêa
Orquestaciones y Regencias: Nelson Ayres
Técnicos de Grabación: Franklin/ Mayrton Bahia/ Serginho
Técnico Auxiliar: Amaro Moço
Técnicos de Mezcla:Franklin/ Mayrton Bahia/ Serginho
Corte: Osmar Furtado
Coordinación Gráfica: Tadeu Valério
Fotos: Fernando de Carvalho
Tapa: Noguchi