Simone Bittencourt de Oliveira, sétima filha do casal Otto Gentil de Oliveira e Letícia Bittencourt de Oliveira, baiana de Salvador, nasceu aos sete minutos do dia 25 de dezembro de 1949. Desde cedo, a música fez parte de sua vida através das óperas que o pai ouvia e cantava, do piano e violão que a mãe tocava, e das canções de Ângela Maria, Maysa, Nora Ney, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso que os pais ouviam em casa.
Ainda menina, Simone cantava no parque de diversões da Fonte Nova e ganhava ingressos para brincar, junto com seus irmãos. Em casa, sua mãe a incentivava, pedindo que cantasse e tocasse violão para as visitas e queria muito que ela participasse do programa de calouros do Chacrinha. Simone, muito tímida, não imaginava essa possibilidade.
Além da música, sempre teve outra paixão: o esporte. Ganhou uma corrida de velocípedes aos 8 anos, nadava e, depois, entrou para o time de basquete do colégio. Após destacar-se no time da escola, fez parte da Associação Atlética da Bahia e participou de alguns campeonatos pela seleção baiana.
Em 1966, Simone deixou o calor baiano pela chuva de São Caetano do Sul, em São Paulo, acompanhando a família e demorou um pouco para se adaptar ao novo estilo de vida. Depois de dois anos sem jogar, voltou ao basquete, ingressou na faculdade de Educação Física, em Santos, e acabou fazendo parte do time de São Caetano do Sul, onde jogavam Delci, Marlene, Norminha e outros nomes que se destacavam no basquete. Acabou fazendo parte da seleção brasileira de basquete em 1971, embora não tenha disputado os jogos.
Nessa época, se dividia entre a carreira de jogadora e professora de Educação Física, mas a música continuava fazendo parte da sua vida, pois nas viagens com o time, levava o violão de sua mãe e cantava. Através das meninas do basquete, conheceu sua professora de violão, Elodi Barontini, que a levou a conhecer Moacir Machado, então gerente de marketing da gravadora Odeon, uma das maiores do Brasil. Em um jantar na casa de Moacir, Simone cantou, entre outras músicas, a canção Maior que o meu amor (Renato Barros), do repertório de Roberto Carlos. Moacir foi conquistado pela sua voz e a encaminhou para um teste na Odeon. Pouco tempo depois, Simone grava seu primeiro disco e tem um contrato assinado por quatro anos. No dia 20 de março de 1973, seu álbum Simone é apresentado para a imprensa, no Hotel Hilton, em São Paulo.
Começa, desta forma inusitada, a carreira de uma das mais importantes cantoras do país. Em abril do mesmo ano, Simone se apresenta, junto com alguns artistas da gravadora, em shows em Porto Alegre e São Paulo. É convidada por Hermínio Bello de Carvalho para uma turnê pela França, Bélgica, Alemanha (Panorama Brasileiro) e depois Canadá e Estados Unidos (Festa Brasil).
“Uma grande cantora, com sorriso de madonna, felina até a ponta dos seus dedos, uma frágil sensualidade transpirando em cada uma das suas músicas”, escreveu o crítico André Drossart, do jornal Le Soir, depois de ouvi-la em show na Bélgica.
Na gravadora Odeon, conhece Milton Nascimento que, além de oferecer músicas para ela gravar, ainda produz, junto com Hermínio Bello de Cavalho, o álbum Gota
d’água, em 1975. Nesse período, Simone faz shows na tradicional Boate Igrejinha, em São Paulo, e é bem recebida pelo público e pela crítica. Sua voz chega com força às rádios do país, com as músicas Gota d’água e Matriz ou filial. Seu timbre forte, sua performance no palco e sua presença marcante chamam a atenção de Toquinho que, ao vê-la em uma apresentação na TV, se impressiona com a voz da cantora e a convida para uma turnê que percorre o Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e México.
Por indicação de Toquinho e Milton Nascimento, Simone é convidada a gravar O que será (Chico Buarque) para a trilha do filme Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto. Durante a gravação da música, Simone conhece Chico Buarque, mais um de seus grandes ídolos. O filme transforma-se num grande sucesso de bilheteria e projeta a voz de Simone por todo o Brasil e Argentina, onde o filme também foi lançado.
No ano de 1977, Simone grava o álbum Face a face, que contém a primeira parceria musical de Chico Buarque e Milton Nascimento, Primeiro de Maio, e também a primeira parceria de Sueli Costa e Abel Silva, Jura secreta (compositores que fariam parte da trajetória da artista). Participa do show de Milton Nascimento, Minas, no Ginásio do Ibirapuera, ao lado de Chico Buarque, sendo este encontro um dos momentos mais emocionantes de sua carreira, por cantar pela primeira vez ao lado de dois de seus grandes ídolos.
Face a face, o seu primeiro show solo, estreia em julho, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, dirigido por Antonio Bivar. Em seguida, a cantora participa, junto com Belchior, do projeto Seis e meia, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro. O show é produzido por Hermínio Bello de Carvalho, sob a direção de Manoel Carlos. Em outubro, estreia no Teatro Clara Nunes, Rio de Janeiro, o show Face à faca, uma produção de Hermínio Bello de Carvalho, que segue, depois, por várias cidades brasileiras.
“Não há dúvidas, gestos medidos, voz controlada, Simone chega, enfim à categoria das cantoras que vão do particular ao geral, do subjetivo ao social, com a inteireza dos que sabem porquê e como cantar” – Revista Veja.
Nesse mesmo ano, a artista tem sua primeira música incluída na trilha de uma telenovela: Jura secreta em O Profeta, de Ivani Ribeiro, na TV Tupi. A partir daí, sua voz se tornaria presença constante na teledramaturgia brasileira: de 1977 a 2014, a cantora teve 54 músicas incluídas em trilhas sonoras da TV Tupi, TV Globo, Manchete, Bandeirantes, SBT e SIC Portugal.
Em 1978, Simone, após receber uma mensagem espiritual de seu mentor, dizendo que ela sempre seria uma cigarra, chega em sua casa em Itaipu e vê uma cigarra na porta. Como estava gravando seu novo álbum, pediu a Milton Nascimento que lhe fizesse uma música sobre a cigarra.
Porque você pediu uma canção para cantar Como a cigarra arrebenta de tanta luz
E enche de som o ar (…)
Assim, surge o carinhoso apelido pelo qual Simone passaria a ser conhecida através dos anos – Cigarra.
No mesmo ano, a cantora é convidada a participar do Projeto Pixinguinha, junto com Sueli Costa, mais uma produção de Hermínio Bello de Carvalho e direção de Fernando Pinto. O show percorre diversas cidades do Brasil, com estrondoso sucesso de público e a intérprete se consagra como uma das grandes cantoras populares da época, quebrando o rótulo de elitista que a crítica normalmente a impunha.
Em novembro, estreia o show Cigarra no Canecão, Rio de Janeiro, dirigido por Fernando Pinto, sendo esta, a primeira de muitas temporadas na tradicional casa de espetáculos carioca. O show percorre o Brasil, também com grande sucesso.
O público, já fiel, aumenta ainda mais, quando ela grava Começar de novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, no álbum Pedaços, 1979, produzido por Renato Corrêa e que rendeu à intérprete o primeiro Disco de Ouro de sua carreira. Além disso, a música foi tema do seriado Malu mulher, com Regina Duarte, na TV Globo. No final do ano, Simone estreia o show Pedaços, no Anhembi, em São Paulo e, depois, sob nova direção, no Canecão, Rio de Janeiro. Este foi o primeiro de muitos shows dirigidos por Flávio Rangel, uma nova e importante parceria que se estabelece na carreira da artista. Foi ele que sugeriu para que Simone cantasse Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré. O show tem imenso sucesso de público e de crítica e dá origem ao seu novo álbum – Simone, ao vivo no Canecão.
Os anos 80 iniciam-se com a exibição do especial Simone Bittencourt de Oliveira, o primeiro da série Grandes Nomes, na TV Globo, dirigido por Daniel Filho. O show é basicamente o mesmo que estreou no Canecão e, com a apresentação na televisão, dá à artista ainda maior visibilidade. O show Pedaços excursiona por mais de cem cidades brasileiras e o disco gravado no Canecão, dá a Simone seu segundo disco de ouro.
Neste mesmo ano, grava o álbum Simone, com três músicas de Gonzaguinha; Sangrando torna-se um grande sucesso e é outra canção importante na carreira da cantora. No final do ano, nova estreia no Canecão, sob a direção de Flávio Rangel e, no show, uma homenagem a Vinicius de Moraes, com a música Rancho das flores e Se todos fossem iguais a você. O show leva para o palco uma orquestra e coral, com cerca de quarenta pessoas e, depois, excursiona por todo o Brasil.
Em 1981, Simone assina contrato com a gravadora CBS e lança o álbum Amar, com a produção de Mazzola, outra grande parceria na carreira da artista. O disco traz sua primeira gravação em espanhol – Yo no te pido, e é lançado na América Latina e
nos Estados Unidos. Além de novo disco de ouro, Simone recebe seu primeiro disco de platina pela venda de mais de 250 mil cópias.
Mas é em 1982 que a cantora é consagrada cantando Para não dizer que não falei de flores/Caminhando (Geraldo Vandré) junto com um coro de mais de 90 mil pessoas, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Com a voz embargada e envolvida pela emoção com o público, Simone chora e é ovacionada e aplaudida, num momento inesquecível para todos os brasileiros. O show, que reunia vários artistas, foi gravado e transmitido pela TV Globo. Em março, a artista estreia o show Amar, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, também sob a direção de Flávio Rangel. O espetáculo tem recorde de público, pois por nove noites o ginásio fica lotado, ultrapassando a marca total de 135 mil pessoas. No final do ano, uma nova marca destaca o sucesso da artista: mais de 60 mil pessoas em um show na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, transmitido ao vivo, pela primeira vez na televisão brasileira, pela TV Globo.
Neste mesmo período, Simone lança o disco Corpo e alma e grava novamente em espanhol: a música chama-se Alfonsina y el mar (Ariel Ramirez/Félix Luna). Pela primeira vez, a artista grava uma composição sua: Merecimento (Simone/Abel Silva). O disco também é lançado na América Latina e os fãs latinos multiplicam-se, o que promove a apresentação da cantora em Buenos Aires, Argentina, em 1984, com enorme sucesso de público. Além de Alfonsina y el mar, ela interpreta a conhecida canção Mi Buenos Aires querido (Carlos Gardel/A. Le Pera). Um dos shows é gravado e exibido pela emissora ATC em toda Argentina.
No ano de 1983, lança o álbum Delírios, delícias, produzido por Sérgio de Carvalho, dando-lhe mais um Disco de Platina. No disco, mais uma gravação em espanhol – Contigo aprendi (Armando Manzanero). No final de novembro, estreia o show Delírios, delícias, no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, com direção de Flávio Rangel. O espetáculo é gravado e exibido como especial de fim de ano pela TV Globo, com direção geral de Maurício Tavares e supervisão geral de Aloysio Legey.
No ano seguinte, lança Desejos, álbum produzido por Simone e Mazzola. Grava Yolanda (Pablo Milanes – versão Chico Buarque) com Chico Buarque. O álbum confere à intérprete mais um Disco de Platina. Na Espanha, é lançado um compacto simples com uma versão em espanhol de Yolanda, com a participação de Chico Buarque. Em dezembro, estreia o show Desejos, no Palace, São Paulo, com direção de Jorge Fernando. Segue, depois, em turnê por várias cidades no Brasil e exterior.
No ano de 1985, participa de dois projetos sociais: o internacional Hermanos com a música Cantaré, cantarás, ao lado de artistas latinos, e o nacional Nordeste Já, com a canção Chega de mágoa, gravando com artistas brasileiros. Em agosto, parte para uma excursão em 14 cidades japonesas, num total de 15 shows, incluindo a capital Tóquio. Os espetáculos geram um especial exibido pela TV NHK. Em novembro, lança o álbum Cristal, produzido por Simone e Mazzola, que rende à cantora mais um Disco de Platina.
Em março de 1986, apresenta-se pela primeira vez em Portugal, numa temporada de seis espetáculos no Coliseu dos Recreios, Lisboa, e dois no Coliseu do Porto. Simone bate recordes de público, em shows memoráveis para os portugueses. A temporada é gravada e depois exibida pela TV RTP, com produção de José Nuno Martins. Pelas vendagens do álbum Cristal, a CBS de Portugal entrega à artista um Disco de Prata.
Em julho, estreia o show Simone, no SCALA II, Rio de Janeiro, sob a direção de Flávio Rangel. O espetáculo permanece durante sete meses em cartaz, um feito inédito na carreira da artista e, ao longo deste período, foi rebatizado com o nome de Amor e Paixão. Este também é o título do novo álbum lançado durante o período do show, sob a produção de Mazzola. O sucesso do show é tão grande que o disco atingiu a marca inédita de 500 mil cópias, dando à artista seu primeiro Disco Duplo de Platina.
Em 1987, a gravadora CBS lança na Argentina o álbum Simone, uma coletânea que inclui versões em espanhol para as músicas Alma (Sueli Costa/Abel Silva) e En flor – Too young (Sid Lippman/Sylvia Dee), Yolanda (Pablo Milanés), Alfonsina y el mar (Ariel Ramirez/Félix Luna) e Contigo aprendi (Armando Manzanero), além de outras gravações já lançadas pela artista.
Em dezembro, é lançado no Brasil o álbum Vício, produzido por Mazzola, com dez músicas já gravadas por outros cantores, mas inéditas na sua voz. Milton Nascimento participa das músicas Você é linda (Caetano Veloso) e Cais (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos).
No ano seguinte, grava com o tenor Plácido Domingo a música Apaixonou – versão de Ronaldo Bastos para Till I loved you (Maury Yeston) – em Nova York, especialmente para o musical Goya… A life in song, de Yeston, tema de Goya e da Duquesa de Alba. A música também é incluída no álbum Sedução, que é lançado em outubro e que dá à cantora mais um disco de platina.
Em janeiro de 1989, estreia no Scala I, Rio de Janeiro, o show Sedução, primeiro dirigido pela cantora, e participa do show Cazuza – Uma prova de amor, cantando com ele Codinome beija-flor. O show foi gravado e transmitido pela TV Globo.
No mesmo período, foi convidada pelo G.R.E.S Tradição, para puxar o samba enredo Rio, samba, amor e Tradição (João Nogueira/Paulo César Pinheiro) ao lado de Candanga, na Marquês de Sapucaí, no carnaval carioca.
Entre abril e maio, apresenta o show Sedução em várias cidades portuguesas. No Brasil, a TV Globo exibe o programa Simone – Especial, dirigido por Roberto Talma, gravado durante a temporada do show Sedução, no Palace em São Paulo.
Em dezembro, lança o álbum Simone, produzido pela cantora e por Mazzola, que rende à artista um novo Disco de Platina. Com músicas inéditas e algumas regravações, o álbum conta com a participação especial do maestro Tom Jobim, em duas músicas de sua autoria, Lígia e Luíza, gravadas em New York.
A década de 80 é encerrada com muitos discos de ouro e platina, um duplo de platina e um de prata, além de vários prêmios como melhor cantora do ano. Definitivamente, a artista se consagra como uma das mais importantes intérpretes da MPB, conquistando um público fiel que a acompanharia por décadas, a partir desse período.
Em 1990, a gravadora CBS lança a coletânea Liberdade, produzida por Simone e Mazzola, que traz fonogramas de álbuns lançados anteriormente pela intérprete, exceto pelas músicas O sal da Terra (Beto Guedes/Ronaldo Bastos) e os sambas- enredo Liberdade, liberdade (Niltinho Tristeza/Preto Jóia/Vicentinho/Jurandir) e O amanhã (João Sergio), unificados no mesmo arranjo, e que foram gravações inéditas.
No mês de maio de 1991, lança no Teatro Calderon, em Madrid, Espanha, o seu primeiro álbum em espanhol, Simone, produzido por Eddy Guerin. Depois de alguns registros em álbuns anteriores, Simone canta agora a versão original de Yolanda, em dueto com seu autor, Pablo Milanes. A música Procuro olvidarte (Ana Magdalena/Manuel Alejandro) torna-se grande sucesso na voz da cantora.
A convite de Quincy Jones participa, pela primeira vez, do Montreux Jazz Festival – 1991, apresentando-se, em julho, no palco do Casino Montreux, com a música Começar de novo (Ivan Lins/Vitor Martins) acompanhada por Quincy Jones and Big Band.
“Simone é demais, eu simplesmente a adoro. Ela vai fundo, penetra na alma”, declarou o produtor Quincy Jones.
Em novembro, lança o álbum Raio de luz, produzido por Simone e Mazzola. Participa, ao lado de outros artistas, da gravação da música Luz do mundo (Chico Buarque/Djavan/Caetano Veloso/Arnaldo Antunes), para o projeto Se essa rua fosse minha, idealizado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, com o propósito de mobilizar a sociedade brasileira em relação à exploração do trabalho infantil e crianças abandonadas.
No ano de 1992, estreia o show Sou eu, no Imperator, Rio de Janeiro, com iluminação e direção de Ney Matogrosso, permanecendo dois meses em cartaz.
Em julho, participa mais uma vez do Montreux Jazz Festival – 1992, no Casino Montreux, acompanhada por sua banda e pela Mario Bauza Orchestra, regida por Quincy Jones. Também apresenta o show Sou eu em Cascais e Porto (Portugal) e representa o Brasil na Expo 92, no Auditório Plaza de América, em Sevilla, Espanha.
Em 1993, retorna com o show Sou eu a Portugal e, no Brasil, lança o álbum Sou eu, baseado no show e produzido por Mazzola. No mês de abril, comemorando 20 anos de carreira, a TV Globo apresenta o especial Simone 20 anos, gravado na Pedreira Leminsky, em Curitiba, dirigido por Roberto Talma, com direção musical de Mariozinho Rocha. No mesmo mês, Simone lança o seu segundo álbum em espanhol, La distancia, produzido por Bebu Silvetti.
O show Sou eu ganha o VI Prêmio Sharp na categoria melhor show, em evento realizado no Teatro Municipal, Rio de Janeiro. Participa, ainda, de mais dois projetos do sociólogo Betinho: Ação da cidadania contra a fome (O Show pela vida) e Natal sem fome, junto com outros cantores brasileiros.
No ano de 1994, apresenta-se com o show Sou eu, no Teatro Ópera de Buenos Aires, Argentina.
Em maio de 1995, lança o álbum Simone Bittencourt de Oliveira, produzido por Mazzola e recebe novo disco de platina. Em julho, estreia no Metropolitan, Rio de Janeiro, o show Sonho e realidade, dirigido por José Possi Neto. Em novembro, assina contrato com a gravadora Polygram e grava o álbum 25 de dezembro, idealizado e produzido por Simone e Marcos Maynard, somente com canções de Natal. Com este disco, Simone atinge a marca de um milhão de cópias vendidas em apenas 15 dias, recebendo seu primeiro Disco de Diamante
No ano seguinte, lança na América Latina o seu terceiro álbum em espanhol (ainda pela Sony), Dos enamoradas, produzido por Alejandro Jaén e Ezra Kliger.
No mês de novembro, é lançado no Brasil o álbum Café com leite, uma releitura da obra de Martinho da Vila. Idealizado por Simone, Marcos Maynard e Max Pierre, o álbum rende à artista Disco Duplo de Platina. No mesmo período, lança o álbum 25 de deciembre, numa versão espanhola. O disco foi produzido por Simone e Marcos Maynard, e Simone excursiona por vários países da América Latina para divulgá-lo.
No ano de 1997, estreia o espetáculo Brasil – o show, no Palace, São Paulo, com direção de José Possi Neto. O espetáculo é gravado e lançado em CD, numa produção de Max Pierre. No ano seguinte, apresenta Brasil – o show em Punta Del Este, Caracas, Porto Rico, Miami e Portugal. Também participa do show Coração Brasileiro, gravado no estádio Parc dês Princes, em Paris, França, com público estimado em
50.000 pessoas, transmitido pela TV Globo. Em setembro, participa do projeto Atlântico, produzido pela cantora portuguesa Eugenia Melo e Castro, em parceria com Nelson Motta, gravado em Lisboa, Portugal. Participa, também, do projeto Pão Music, promovido pela Rede Pão de Açúcar, apresentando Brasil – o show no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, para um público de 60.000 pessoas.
Neste mesmo ano, lança Loca, seu quinto álbum em espanhol. O disco também foi lançado no Brasil com algumas alterações da versão espanhola e dá à cantora mais um disco de platina.
Em 1999, retorna a Portugal com Brasil– o show e, em setembro, participa de uma homenagem a Tom Jobim no Main Hall do Carnegie Hall de Nova York, Estados Unidos.
Em janeiro de 2000, estreia o show Fica comigo esta noite, no Canecão, Rio de Janeiro, com iluminação e direção de Ney Matogrosso. Em abril, Simone participa do show Festa Brasileira, pelas comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. O evento é exibido ao vivo pela TV Globo, direto de Brasília, para um público de 400.000 pessoas.
Em maio, lança o álbum Fica comigo esta noite, produzido por Simone, Max Pierre e Moogie Canázio, pelo qual recebe um Disco de Ouro. Apresenta o show Fica comigo esta noite na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, Bahia, em agosto e, novamente, em dezembro, quando o show foi transmitido pela TV Bahia e TVE.
No ano de 2001, participa do 25º Festival Internacional de Música do Algarve, a convite de Jose Carreras, em concerto realizado em Faro, Portugal. Em novembro, lança o álbum Seda pura, idealizado por Simone e produzido por Guto Graça Mello. Em seguida, o show de mesmo nome estreia no Canecão, Rio de Janeiro, dirigido por Nelson Motta.
Em 2002, apresenta o show Seda Pura, em Punta Del Este (Uruguai), Figueira da Foz, Porto e Lisboa (Portugal). Em agosto, grava o álbum Feminino, idealizado por Simone e produzido por Guto Graça Melo; último lançado pela gravadora Universal e seu terceiro álbum ao vivo. No ano seguinte, retorna a Portugal e apresenta-se pela primeira vez em Luanda, Angola, na Casa 70, por três dias.
Estreia o show Feminino no Canecão, Rio de Janeiro, sob sua própria direção.
Em 2004, lança o álbum Baiana da Gema, somente com músicas de Ivan Lins e parceiros. Grava uma participação na novela da TV Globo, Celebridade, cantando a música Ex-Amor, junto com Martinho da Vila. O álbum dá a Simone um novo disco de platina e dá origem ao seu primeiro DVD, Baiana da Gema – No estúdio. Estreia o show Baiana da Gema, em setembro, no Tom Brasil – Nações Unidas, São Paulo, dirigido por Sandra Pêra. O DVD Baiana da Gema é exibido como especial na TV Band, em novembro, com a inclusão de depoimentos inéditos de Simone e Ivan Lins.
No ano de 2005, a artista apresenta-se novamente em Portugal, nas cidades de Cascais, Porto e Lisboa e, depois, em Lima, no Peru.
Grava o CD e DVD Simone ao vivo, idealizado por Simone e produzido por Moogie Canazio, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, com as participações de Ivan Lins, Milton Nascimento e Zélia Duncan. O projeto recebe três indicações ao Grammy Latino. Novamente retorna a Portugal, para mais uma temporada do show Baiana da Gema, apresentando-se em Olhão, Bragança, Crato, Ilha de São Miguel (Açores), Vila Praia D ´Âncora, Lisboa e Braga.
O DVD Simone ao vivo é exibido em dezembro, como especial de fim de ano na TV Band.
Em 2006, estreia o show Simone ao vivo no Canecão, Rio de Janeiro, sob direção da própria artista. Participa, em junho, do projeto Credicard Vozes, realizado no Bourbon Street, em São Paulo. E, em agosto, participa do projeto Tom Acústico, realizado no Tom Brasil, São Paulo, junto com Zélia Duncan. O mesmo show é apresentado, em dezembro, no Vivo Rio, Rio de Janeiro, e estas apresentações dão origem ao projeto Amigo é Casa, novo álbum e show que as duas artistas realizariam juntas em 2007.
No mesmo ano, apresenta-se no Broward Center, em Miami, Estados Unidos, com a participação especial de Ivan Lins.
No ano de 2007, Simone participa do concerto em comemoração aos 45 anos de carreira da cantora americana Dionne Warwick, em São Paulo. Em setembro, apresenta-se no projeto Loucos por música, ao lado de Marienne de Castro e Zélia Duncan, na Concha Acústica, Salvador, Bahia. Grava nova participação especial na novela Paraíso Tropical, TV Globo, cantando as músicas Existe um céu (Francis Hime/Geraldo Carneiro) e Codinome beija-flor (Reinaldo Arias/Cazuza/Ezequiel Neves).
Com direção geral de Andréa Zeni e direção musical de Bia Paes Leme, Simone e Zélia Duncan gravam em outubro, no Auditório Ibirapuera, São Paulo, o CD e DVD Amigo é casa. O projeto marca a estreia de Simone na gravadora Biscoito Fino. Em outubro, apresenta o show Simone ao vivo no 50º Aniversário do Casino Estoril, Cascais, Portugal. Na ocasião, surpreende a plateia ao cantar junto com o cantor Luís Represas o fado Nem às paredes confesso (Trindade/Sousa/Ribeiro).
Em 2008, ao lado de Zélia Duncan, lança o álbum Amigo é Casa (em CD e posteriormente DVD), produzido por Andrea Zeni e Bia Paes Leme. O show Amigo é Casa estreia no Teatro SESI de Porto Alegre e, depois, o espetáculo percorre várias cidades no Brasil e, no ano seguinte, em várias cidades portuguesas. Além disso, Simone é convidada pelo cantor português Luís Represas para participar de seu show Olhos nos olhos. O show foi lançado em DVD e CD, com o título Ao vivo no Campo Pequeno e Simone canta Começar de novo (Ivan Lins/Vitor Martins), Desencontro (Margarida Pinto/Luís Represas) e Iolanda (Pablo Milanês – versão Chico Buarque). Novamente, a artista é convidada para um novo show em Luanda, Angola, na Casa 70.
Em agosto de 2009, lança o álbum Na veia, seu primeiro disco solo pela Biscoito Fino, produzido por Simone e Rodolfo Stroeter. Essencialmente, o álbum apresenta músicas inéditas, incluindo Vale a pena tentar, antiga composição de Simone em parceria com Hermínio Bello de Carvalho. Em setembro, estreia o show Simone em boa companhia, no Canecão, Rio de Janeiro, dirigido por José Possi Neto.
Em 2010, grava no Teatro Guararapes, Recife, o CD duplo e DVD Simone em boa companhia e apresenta o show Em boa companhia (com a inclusão de algumas músicas em espanhol no roteiro), em Santo Domingo, na República Dominicana, em Guanajuato, México e, também, no 38º Festival Internacional Cervantino (FIC), além de várias cidades brasileiras.
No ano seguinte, grava nova participação especial na novela Insensato coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, cantando alguns de seus sucessos recentes e antigos. Apresenta-se em Portugal com o show Em boa companhia, no Coliseu do Porto e Coliseu dos Recreios, Lisboa.
Em 2012, apresenta o espetáculo Especial pra você, dirigido por Simone, nas cidades portuguesas de Setubal, São Miguel (Açores), Lisboa e Porto. No repertório, sucessos de sua carreira e a inclusão do fado Foi Deus (Alberto Janes), cantado apenas com o acompanhamento de tamborim e cuíca.
No ano de 2013, Simone completa 40 anos de carreira e lança o novo álbum É Melhor Ser, com repertório escolhido por Simone e Zélia Duncan e direção musical de Bia Paes Leme e Leandro Braga. O álbum traz músicas compostas somente por mulheres e é uma homenagem às compositoras que marcaram sua trajetória, como Sueli Costa, Fátima Guedes e Joyce, dentre outras.
A música que abre e fecha o disco é uma parceria de Simone com Fernanda Montenegro, a partir de um trecho extraído de um bilhete escrito pela atriz em 1984 (para o release do álbum Desejos): “Uma pessoa é o que a sua voz é. No jogo dramático e no canto, o artista também é o que são, a sua voz e o seu canto”.
E assim, como Milton Nascimento e Ronaldo Bastos compuseram na década de 1970, “como a Cigarra acende o verão e ilumina o ar” – frase que identifica a cantora – as palavras de Fernanda Montenegro, resgatadas quase 30 anos depois pela própria Simone, definem a artista que possui “o sotaque e timbre mais peculiares da MPB”. Outra canção de sua autoria é o bolero Só se for, parceria com Zélia Duncan.
Simultaneamente ao lançamento do disco, Simone estreia em outubro no Teatro Oi Casagrande, Rio de janeiro, o show homônimo. A direção do espetáculo é da atriz Christiane Torloni, grande amiga da cantora, e mantém o tom feminino da proposta do disco. Segundo o crítico Mauro Ferreira: “a força de sua personalidade é perceptível não somente no canto de firmeza e elegância que desafiam os 64 anos. No roteiro fiel ao conceito feminino do disco ‘É melhor ser’, centrado em composições assinadas por mulheres”.
Simone leva o álbum na íntegra para o palco, enriquecido com músicas que marcam grandes momentos do show, como Candeeiro (Teresa Cristina), Canteiros (Fagner/ Cecília Meireles) e A noite do meu bem (Dolores Duran).
Em 2014, O show É melhor ser continua em turnê pelo Brasil, lotando teatros e casas de shows. Também se apresenta na Cidade do México, no Teatro de la Ciudad Esperanza Iris. No final do ano, no Rio de Janeiro, Simone canta na cerimônia de inauguração da Árvore de Natal da Lagoa Rodrigo de Freitas. No ano seguinte, a turnê É melhor ser é apresentada no projeto Teatro a R$1,00, patrocinado pela Bradesco Seguros . Uma oportunidade única, que fez com que milhares de pessoas que nunca tinham ido ao teatro pudessem estar presentes, pela primeira vez. A turnê inicia em Belo Horizonte e percorre diversas cidades brasileiras.
No ano de 2017, Simone faz novos shows em Portugal, ao lado de Zélia Duncan, passando por Lisboa, Estoril e Porto. Ao final do ano, a artista se apresenta em show gratuito em João Pessoa, no Busto de Tamandaré, com a Orquestra Sinfônica de João Pessoa.
Em 2018, a convite da T4F, Simone convida Ivan Lins para criarem juntos o show Simone encontra Ivan Lins. O Show tem repertório exclusivo de Ivan Lins e seus parceiros, com direção de Zélia Duncan, direção musical de Delia Fischer e figurinos e cenário de Simone Mina. Novamente, o espetáculo percorre as principais cidades brasileiras, com grande sucesso de público. No verão europeu, Simone participa do festival Raízes do Atlântico, em Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal.
No ano de 2019, a turnê Simone encontra Ivan Lins segue para Portugal (Lisboa, Estoril e Porto) e, de volta ao Brasil, percorre novas cidades do país. No segundo semestre, o show passa por modificações e Simone se apresenta sozinha no show Simone canta Ivan Lins e parceiros, mantendo a ideia do show anterior. Novamente, percorre várias cidades do Brasil.
Em março de 2020, no mês em que comemora 47 anos de carreira, o mundo começa a parar em função da pandemia da Covid-19 e, no mês seguinte, Simone se aproxima do público através de uma série de lives pelo Instagram. A cantora se desafia e inova, despindo-se de toda a estrutura a que está habituada nos palcos e, no aconchego de casa, leva alegria, esperança e força ao seu público, nestes tempos difíceis. As lives vão ao ar durante o ano de 2020, sempre aos domingos, às 18 h, chegando a ter mais de 8 mil participantes por live; algumas foram transmitidas, simultaneamente, pelo canal Art 1 e pelo canal da cantora, no Youtube e Facebook. Foram 35 lives em que Simone passeou pelo seu repertório, cantando mais de 400 canções, entre grandes sucessos seus e músicas inéditas na sua voz. O evento ficou registrado na memória de seu público, que teve a oportunidade de assistir 35 shows diferentes, exclusivos e emocionantes, como se estivessem num sarau na casa da artista. Em uma das lives, Simone apresenta uma nova composição sua com o poeta português Tiago Torres da Silva, chamada Nua. Também, em uma das lives, a cantora homenageia seu ídolo e amigo, Milton Nascimento. No dia 25 de dezembro de 2020, dia do aniversário da artista, ela faz a última live do ano, celebrando o seu aniversário junto com o público, num evento memorável.
No mês de março de 2021, comemorando 48 anos de carreira, Simone faz uma nova live, com uma releitura das principais canções de seu primeiro disco, SIMONE 1973, e outras músicas inéditas na sua interpretação. Em abril, faz a 37ª live, desta vez em homenagem a Roberto Carlos, interpretando várias canções do artista.
No segundo semestre, após ficar oito anos sem gravar, começa a escolher o repertório de seu novo trabalho e, no início da primavera, a Cigarra entra em estúdio para gravar o novo álbum, intitulado Da Gente. Zélia Duncan foi convidada para dirigir o álbum e trouxe várias ideias, sugeriu compositores e músicas e apresentou Juliano Holanda (compositor, músico, cantor e produtor pernambucano) para Simone. Juliano assina a produção e direção musical e também participa como músico e compositor de duas canções: Haja Terapia e Boca em Brasa, esta, em parceria com Zélia Duncan. Da Gente possui uma alma nordestina, pois Simone queria que seu novo trabalho homenageasse o povo nordestino e refletisse também suas próprias raízes; esse projeto estava em sua mente há algum tempo. Juliano Holanda diz que Simone queria retratar um nordeste contemporâneo, com toda a sua diversidade. O título do novo trabalho vem da música Naturalmente, de Socorro Lira e Roberto Tranjan e a artista oferece seu novo álbum a ao seu público, agradecendo a todos e dizendo que é mesmo Da Gente, de todos nós.
Todos os compositores são nordestinos, incluindo a própria Simone na parceria com o poeta português Tiago Torres da Silva, na canção Nua, que ela já havia apresentado em uma das lives que fez em 2020. Como ela mesma diz, “os únicos que não são nordestinos são Zélia Duncan e Tiago, e ambos foram admitidos como nordestinos”. A maioria das músicas é composta por mulheres e isso não foi uma escolha prévia, acabou acontecendo. Simone fala que este é um disco solar, feito durante um período de pandemia, após cerca de um ano e meio sem sair de casa. As primeiras reuniões sobre o novo trabalho foram feitas virtualmente e, quando se encontraram no estúdio, estavam todos de máscara; um desafio novo a ser enfrentado. O álbum também traz uma novidade: a ausência de teclados e pianos. No início, Simone achou que poderia ficar meio vazio, pois nunca tinha feito um álbum sem teclados. Como ela sempre participou do processo de criação dos arranjos, dando sugestões ou pedindo mudanças, fez o mesmo neste novo trabalho e ficou muito satisfeita com o resultado.
Em 18 de fevereiro de 2022 foi lançada a música Haja Terapia em todas as plataformas de streaming e, no dia 18 de março, prestes a completar 49 anos de carreira, Simone lançou também nas plataformas musicais o álbum Da Gente. Logo em seguida participou de programas de televisão, como Mais Você com Ana Maria Braga, Faustão na Band e Fantástico, apresentando algumas canções do novo disco.
No final do mês de julho, foi convidada para participar da 30ª edição do FIG – Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, onde cantou algumas músicas do novo álbum junto com algumas compositoras das mesmas: Rogéria Dera, Joana Terra e Isabela Moraes. O show foi transmitido pelo Youtube pela TV Pernambuco. Após dois anos e meio afastada dos shows, em função da pandemia, a artista voltou a subir no palco e encantar o público presente, cantando alguns sucessos antigos e várias canções do novo trabalho. Foi eleita, pelo público, como a melhor atração do Festival, através do site StrawPoll.com. O álbum que homenageia o nordeste e seu povo, foi lançado em um festival de música no nordeste; tudo em perfeita sintonia.
No mês de setembro, Simone participou de alguns shows de Milton Nascimento, que encerrou sua apresentação nos palcos. A turnê A Última sessão de Música circulou por todo Brasil, Europa e EUA e a Cigarra dividiu o palco com o artista em momentos como Nada Será Como Antes, Bola de Meia, Bola de Gude, Encontros e Despedidas, Maria, Maria, Travessia e outros. As apresentações foram em São Paulo, Recife e Salvador. Um momento emocionante para a artista que, inevitavelmente, relembrou os anos 70 quando cantou com Milton no show Minas, em algumas cidades brasileiras. Também neste mês, Simone fez show na abertura da 1ª Bienal das Artes, em Belém, na Aldeia Cabana.
Em novembro, a cantora retornou a Portugal para três espetáculos no Porto, Estoril e Lisboa. As apresentações tiveram teatros lotados e o público português pode vivenciar momentos emocionantes junto com a Cigarra.
O ano de 2023 iniciou com um projeto especial de comemoração aos 50 anos de carreira da artista. Simone escolhe Marcos Preto como diretor de seu novo show e entrega a produção e direção geral a Nascimento Música, empresa do querido amigo Milton Nascimento, administrada por Augusto Nascimento, filho do cantor. A rotina de preparação corporal, escolha de repertório e ensaios inicia e, assim, vai nascendo o novo espetáculo da cantora. No dia 20 de março, data em que a Cigarra comemorou seus 50 anos de carreira, foi lançado o teaser divulgando a turnê Tô Voltando.
O show traz os principais sucessos da cantora ao longo de sua trajetória. Músicas que marcaram época e que estão registradas na memória afetiva de muitas pessoas no Brasil e no mundo, como O Que Será (Chico Buarque), Cigarra (Milton Nascimento/Fernando Brandt), Começar de Novo (Ivan Lins/Vitor Martins), Tô Voltando (Paulo César Pinheiro/Maurício Tapajós), Um Desejo Só Não Basta (Fausto Nilo/Francisco Casaverde), entre tantos outros hits. Também está presente no roteiro do show, uma música inédita na voz de Simone, que é Divina Comédia Humana, canção feita por Belchior para Simone gravar no álbum Face a Face, mas que foi vetada pela censura da época. E ainda dois sucessos de seu novo álbum Da Gente, lançado em 2022: Haja Terapia (Juliano Holanda) e Boca em Brasa (Juliano Holanda/Zélia Duncan).
Como a própria Simone diz: “Passou um filme na minha cabeça, cantando todas estas canções”. E sem dúvida que este filme também passa na cabeça de muitas pessoas que tiveram suas histórias embaladas pela voz da Cigarra nestes últimos 50 anos.
A banda da turnê Tô Voltando é composta pela maioria de músicos jovens, que a cantora apresenta como “meu jardim de infância”: Frederico Heliodoro (baixo), Filipe Coimbra (guitarra e violão), Chico Lira (teclados), Ronaldo Silva (bateria) e André Siqueira (percussão). Muitas canções ganham arranjos e leituras completamente novas e que despertam elogios do público, como é o caso da música Separação (José Augusto/Paulo Sérgio Valle). O show tem a direção musical de Pupillo e direção visual de Adriana Jorge.
A turnê teve pré-estreia em 15 de abril na cidade de Juiz de Fora (MG) e, logo em seguida, estreou no Rio de Janeiro e São Paulo, seguindo depois pelas principais capitais e cidades brasileiras, sempre com grande sucesso de público e de crítica. A agenda de shows inclui Montevideo, no Uruguai, e aumenta a cada semana, prometendo um ano inteiro de muita comemoração a esta notória carreira construída nas últimas 5 décadas.
Em julho, a cantora é convidada para participar da animação infantil Mundo Bita, um projeto lúdico de muito sucesso criado por Chaps, músico pernambucano. Simone fica feliz e honrada com o convite, pois adora a pureza das crianças e sempre se emociona com a presença delas em seus shows. Então, cantar para o público infantil é poder levar sua mensagem a este universo. No episódio, a história das formigas que precisam de ajuda da música da cigarra para levar uma acerola para o formigueiro e a canção Cigarra, interpretada junto com Chaps. Assim, além de gravar uma nova versão de Cigarra, Simone vira personagem de animação infantil no episódio; mais uma homenagem aos seus 50 anos de carreira. Em 1983, já tinha participado do álbum infantil e especial de TV, Casa de Brinquedos, projeto de Toquinho e Mutinho, com a música A Bicicleta.
A turnê Tô Voltando traz de volta aquela Simone que despontou no final dos anos 70 com shows memoráveis no Canecão, que lotou ginásios nos anos 80 e 90 e que magnetizou milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Simone voltou com toda a energia e carisma que lhe são peculiares, encantando seu público fiel que a acompanha todos esses anos e conquistando uma nova geração de admiradores. O grande sucesso da turnê Tô Voltando é resultado de 50 anos de dedicação, profissionalismo, garra e muito amor que a cantora sempre colocou em seu trabalho. O resultado não poderia ser diferente: uma carreira brilhante e que consolida Simone como um dos nomes mais importantes da música popular brasileira.
Luiz Carlos Silveira Dias Júnior
Julho 2023
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