Simone Bittencourt de Oliveira, sétima filha do casal Otto Gentil de Oliveira e Letícia Bittencourt de Oliveira, baiana de Salvador, nasceu aos sete minutos do dia 25 de dezembro de 1949. Desde cedo, a música fez parte de sua vida através das óperas que o pai ouvia e cantava, do piano e violão que a mãe tocava, e das canções de Ângela Maria, Maysa, Nora Ney, Cauby Peixoto, Elizeth Cardoso que os pais ouviam em casa.
Ainda menina, Simone cantava no parque de diversões da Fonte Nova e ganhava ingressos para brincar, junto com seus irmãos. Em casa, sua mãe a incentivava pedindo que cantasse e tocasse violão para as visitas e queria muito que ela participasse do programa de calouros do Chacrinha. Simone, muito tímida, não imaginava essa possibilidade.
Além da música, sempre teve outra paixão: o esporte. Ganhou uma corrida de velocípedes aos 8 anos, nadava e, depois, entrou para o time de basquete do colégio. Após destacar-se no time da escola, fez parte da Associação Atlética da Bahia e participou de alguns campeonatos pela seleção baiana.
Em 1966, Simone deixou o calor baiano pela chuva de São Caetano do Sul, em São Paulo, onde a sua família já estava morando há um ano e demorou um pouco para se adaptar ao novo estilo de vida. Depois de dois anos sem jogar, voltou ao basquete, ingressou na faculdade de Educação Física, em Santos, e fez parte do time de São Caetano do Sul, onde jogavam Delcy, Marlene, Norminha e outros nomes que se destacavam no basquete. Acabou fazendo parte da seleção brasileira de basquete em 1971, embora não tenha disputado os jogos.
Nessa época, dividia-se entre a carreira de jogadora e professora de Educação Física, mas a música continuava fazendo parte da sua vida, pois nas viagens com o time levava o violão de sua mãe e cantava.
Através das meninas do basquete, conheceu sua professora de violão, Elodi Barontini (Elô), que tinha uma amiga cuja irmã era secretária de Moacir Machado, então gerente de marketing da gravadora Odeon, uma das maiores do Brasil. Em um jantar na casa de Moacir, Simone cantou, entre outras músicas, a canção Maior Que o Meu Amor, de Renato Barros, do repertório de Roberto Carlos. Moacir foi conquistado pela sua voz e a encaminhou para um teste na Odeon. Chegou acompanhada por Elô no estúdio da gravadora, em São Paulo, e dispensou o trio que havia sido contratado para acompanhá-la no teste. Num clima mais intimista, cantou músicas como Bandeira Branca, de Laércio Alves e Max Nunes, e Vera Cruz, de Milton Nascimento e Márcio Borges, acompanhada apenas pelo violão de Elô. A fita com a gravação do teste foi enviada para Milton Miranda (produtor musical e diretor da gravadora), no Rio de Janeiro, e aprovada. Pouco tempo depois, Simone grava seu primeiro disco e tem um contrato assinado por quatro anos. No dia 20 de março de 1973, seu álbum Simone é apresentado para a imprensa, no Hotel Hilton, em São Paulo.
“O que há de mais alegre é ver essa caminhada primeira do novato. Seus olhos de ganância, suas surpresas diante das primeiras fotos, das entrevistas primeiras, o interesse pela primeira notícia de jornal, o deslumbramento com a primeira fotografia na revista especializada, a primeira vez se escutando pelo rádio, o disco, seu nome, sua presença na televisão. Em tudo, a estranha sensação do inédito e nesse receber de coisas, misturada a uma dose de humildade, o gesto da espontaneidade real. Era como ver os passos de uma criança – essa a comparação melhor – com a ingenuidade e a beleza que só uma criança pode transmitir. Mas a criança se fez pássaro e alçou voo no grande espaço da música como andorinha, quando em vez pousada nas linhas das pautas, lá se foi Simone, levada por Hermínio de Carvalho pisar terras da Europa” , comenta Moacir Machado.
Começa, desta forma inusitada, a carreira de uma das mais importantes cantoras do país. Um novo caminho se revela para Simone e ela se entrega de corpo e alma nesta nova carreira, ainda sem imaginar o futuro brilhante que a aguardava.
Para a gravação do primeiro álbum, saiu às pressas em busca de repertório e disse à gravadora que só gravaria o que ela gostasse. Escolheu uma das músicas que cantou no jantar com Moacir Machado, Maior Que o Meu Amor, e uma que cantou no teste, Bandeira Branca, entre outras. Era um universo completamente novo para ela e havia muito a aprender. Decidiu que o disco seria um presente para a sua mãe. O álbum atingiu a marca de cinco mil cópias, o que foi considerado ótimo para uma desconhecida.
Em abril do mesmo ano, Simone se apresenta, junto com alguns artistas da gravadora, em shows em Porto Alegre e São Paulo. É convidada por Hermínio Bello de Carvalho para uma turnê pela França, Bélgica, Alemanha (Panorama Brasileiro) e depois Canadá e Estados Unidos (Festa Brasil), em 1974.
“Uma grande cantora, com sorriso de madona, felina até a ponta dos seus dedos, uma frágil sensualidade transpirando em cada uma das suas músicas”, escreveu o crítico André Drossart, do jornal Le Soir, depois de ouvi-la em show na Bélgica.
No ano de 1974, Simone grava seu segundo álbum, Quatro Paredes, que foi produzido por Hermínio Bello de Carvalho e Milton Miranda. Após a excursão pelo exterior, Simone ficou trabalhando com Hermínio Bello de Carvalho, com quem aprendeu muito. “Foi Hermínio quem me ensinou tudo: como ler uma música, como comportar-me, como interpretar e como lidar com a emoção. Ele me deu a maior força neste início de carreira”, comenta Simone.
E foi durante a gravação deste álbum que Simone conheceu Milton Nascimento, a quem adorava. Ela estava em fase final de gravação e Milton, que também era da Odeon, entrou no estúdio e ficou escutando-a. Ela pediu a Hermínio que a apresentasse a ele e, quando isso aconteceu, ela disse: “Milton, eu te amo”. Ele olhou-a desconfiado e respondeu: “Tudo bem, eu também”. E assim, começou uma amizade e parceria que perduraria para sempre.
No repertório de Quatro Paredes, a música De Frente pro Crime, de João Bosco e Aldir Blanc, acabou sendo uma das canções bastante executada nas principais rádios do país, levando a voz de Simone ao grande público. O álbum vendeu aproximadamente vinte mil cópias e foi considerado pela crítica especializada como um disco que seria apreciado para quem gostava da boa música brasileira.
Em dezembro de 1974, Simone faz shows na tradicional Boate Igrejinha, em São Paulo. Este local era um espaço consagrado ao samba, mas Simone quebrou esta tradição, cantando Milton Nascimento Chico Buarque, Gonzaguinha, Caetano Veloso, entre outros nomes da MPB. O show é bem recebido pelo público e pela crítica e a Revista Veja dá destaque à voz grave e rara de Simone.
Em 1975, convida Milton Nascimento para produzir seu novo trabalho, junto com Hermínio Bello de Carvalho; o álbum Gotas D’Água. “Eu convidei o Milton para orientar o meu trabalho, não pensando no nome Milton Nascimento, mas sim na musicalidade, na capacidade dele. Ele não só aceitou o trabalho, como ainda me ofereceu músicas que sairiam no disco dele – Minas. Mas eu não aguentaria a barra de gravar as mesmas coisas que ele, então escolhi apenas duas: Idolatrada e Outubro. E o clima da gravação foi ótimo. Ele, pra mim, é um ídolo. Eu tinha que dar tudo de mim. E ele soube me apoiar como ninguém; principalmente porque houve um bloqueio da minha parte e ele conseguiu me deixar totalmente solta no estúdio. Até arranjos, na hora, ele fez. Em Gota d’Água (Chico Buarque), por exemplo, ele chegou a colocar voz e piano, na hora”, comenta Simone.
O álbum Gotas d’Água começou a ser gravado em agosto de 1975 e Matriz ou Filial, de Lúcio Cardim, foi uma das primeiras músicas a serem gravadas. Simone também gravou a música O Ronco da Cuíca, de João Bosco e Aldir Blanc, que foi vetada pela censura e lançada em compacto (single), mais tarde. Sua voz chega com força às rádios do país, com as músicas Gota D’Água, de Chico Buarque, e Matriz ou Filial, de Lúcio Cardim.
Seu timbre forte, sua performance no palco e sua presença marcante chamam a atenção de Toquinho que, ao vê-la em uma apresentação na TV, se impressiona com a voz da cantora e a convida para uma turnê que percorre a Argentina, Uruguai, Chile, México (neste, com a participação de Vinícius de Moraes) e Brasil. Os shows iniciam em agosto de 1976, no exterior, e a partir de 16 de setembro seguem em São Paulo, interior paulista e cidades do sul do país.
“Lá, o público de música brasileira é muito grande. Apesar das dificuldades, como fazer o show às 18 h, quando muita gente ainda trabalhava, a aceitação foi incrível. Eles são ávidos por música brasileira. O que você mais sente é o reconhecimento do samba e do frevo. Quando a coisa muda, eles não entendem tão fácil, à exceção do México. Lá, eles conhecem muito a bossa-nova; os espetáculos da Casa de Las Artes, por exemplo, tiveram o maior sucesso. Nós fomos realmente muito bem aceitos, mas havia também o peso do nome Vinícius de Moraes”, conta Simone.
“Os shows tem sido bons e agradado, na medida do possível. Toquinho tem um público muito bom na Argentina e tem cidades como Córdoba que chega a ser um ídolo, não perdendo nem pro Roberto Carlos aí no Brasil. Recebi um convite pra trabalhar com ele aí no Brasil, do dia 16/9 a 12/12. É um Circuito Universitário mais pelo sul do país. Acho que vai abrir um campo de trabalho muito bom aí” – Trecho de uma carta de Simone para Hermínio Bello de Carvalho, escrita em Buenos Aires, em 4 de agosto de 1976.
Por indicação de Toquinho e Milton Nascimento, Simone é convidada a gravar O Que Será, de Chico Buarque, para a trilha do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, de Bruno Barreto. Durante a gravação da música, Simone conhece Chico Buarque, mais um de seus grandes ídolos.
Sobre a gravação da música, Simone fala: “Uma noite tocou o telefone; atendi e disseram: ‘É o Bruno’. Eu disse: ‘Como vai?’, mas não sabia nem quem era. O convite, na realidade uma imposição, foi rápido. Ele disse: ‘Venha para o Rio amanhã. A Odeon não avisou?’ Eu nem sabia do que se tratava e, além disso, fazia uma temporada em São Paulo. Telefonei para a Odeon e desvendei o mistério. Bruno era Bruno Barreto, diretor do Filme Dona Flor e Seus Dois Maridos; ele e Chico Buarque queriam a trilha sonora do filme gravada por mim. Quando vi o nome do Chico, logo vi que era coisa boa. Fui ao Rio; o Francis Hime me mostrou a letra e a música e eu desbundei. Fiquei emocionadíssima! Era uma das coisas mais lindas que eu já tinha visto. Voltei para São Paulo, estudei a música, fiz o show de domingo e embarquei na segunda, cedo, quase sem dormir. À tarde, me deparei com o Chico Buarque no estúdio. A minha preocupação foi logo perguntar o que ele esperava de mim. Ele se aproximou de mim quando cantei ‘alcóvas’ ao invés de ‘alcôvas’, e disse: ‘Simone, não é alcóvas, é alcôvas’. Eu falei: ‘Mas Chico, é que eu sou baiana’. ‘Mas nem por isso, tá errado’. disse ele. Foi muito divertido! Entramos no estúdio na segunda-feira, às 17 h e ficamos até às 21 h. Eles me mostraram trechos do copião, para que eu tivesse ideia das cenas, das reações de Dona Flor. E, finalmente, na terça-feira, gravamos das 21 h à 1 h da manhã. Alguma coisa foi regravada, porque em duas noites sem dormir direito, a minha voz não tinha o descanso vocal necessário. O clima foi de muita tranquilidade, mas o mais importante foi conhecer o Chico Buarque”.
O filme é lançado em novembro de 1976, transforma-se num grande sucesso de bilheteria e projeta a voz de Simone por todo o Brasil e Argentina, onde também foi lançado. “Uma porta enorme se abriu pra mim. A partir de O Que Será as coisas tomaram um rumo, caminharam mais rápido. Ninguém sabia que era eu quem cantava a música do filme e inclusive eu briguei com o Bruno e com todo o pessoal, porque queria que colocassem meu nome na fita: ‘Quem canta é Simone’ ou coisa assim. E eles não queriam pôr. Depois de muito sufoco, muita briga e exigências, eu falei: ‘Se não colocarem meu nome, também não quero que ponham a música’. Eles colocaram meu nome no final do filme, mas pelo menos colocaram. Geralmente, quando está passando o letreiro, o público já está saindo. Mas já foi uma vitória”, diz Simone.
No ano de 1977, Simone grava o álbum Face a Face, que contém a primeira parceria musical de Chico Buarque e Milton Nascimento, Primeiro de Maio, e também a primeira parceria de Sueli Costa e Abel Silva, Jura Secreta (compositores que fariam parte da trajetória da artista). Participa do show de Milton Nascimento, Minas Geraes, no Ginásio do Ibirapuera, ao lado de Chico Buarque.
“Fui pra Bahia assistir o show do Milton e acabamos combinando o disco juntos. Milton também convidou-me para participar de seu show – Minas Geraes, cantando O Que Será e que seria apresentado em algumas cidades do sul país e em São Paulo”, relata Simone. Em março de 1977, no último dia de apresentação no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Simone chamou Chico Buarque ao palco e os três juntos cantaram O Que Será. Este encontro foi um dos momentos mais emocionantes de sua carreira, por cantar ao lado de dois de seus grandes ídolos. E foi nesse mesmo dia que os dois ofereceram a ela a música Primeiro de Maio. “Achei a música maravilhosa, ele fez um arranjo lindo pra ela e ainda participou no violão. Emocionante! Divina! Depois, começamos a gravar o disco e só terminamos mais de um mês e meio após”, comenta Simone.
O álbum retrata um momento importante na vida de Simone, que morava sozinha há cerca de dois anos e vivia uma fase profunda de autoconhecimento. Como ela mesma diz: “Foi maravilhoso como experiência, mas eu vivia uma solidão braba, dessas que machucam, atormentam. Nessa época, eu me olhava muito no espelho, me analisava, discutia com a minha própria imagem. Debatia meus erros e minhas dúvidas com o espelho. E disso tudo nasceu a ideia do título Face a Face, pois era o reflexo de tudo que vivi até então”.
Sobre a música Jura Secreta, Simone conta: “É uma das coisas mais lindas do álbum; é a minha cara, sou eu mesma. Sueli Costa é uma das maiores compositoras da atualidade. Nessa música, houve um pequeno problema, pois eu não estava conseguindo alcançar uma nota, saía uma coisa forçada, gritada até. Não era nada natural. Só eu e o Renato Corrêa sabíamos disso. Então eu fui conversar com o Mário (amigo e mentor espiritual) e ele me disse que eu estava com essa dificuldade. Disse que para eu resolver isso e alcançar a nota, deveria sacudir uma folha de palmeira e que o som emitido por esta folha me daria o tom que eu estava procurando. Peguei um amigo e levei junto comigo para Itaipu, para não me sugestionar. Sacudi a folha, peguei o violão e imitei o som que a folha tinha me dado. Assim, alcancei a nota que eu queria”.
Face a Face, considerado como o seu primeiro show solo, estreia em julho de 1977, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, com direção de Antônio Bivar. No mês de agosto, a cantora participa, junto com Belchior, do projeto Seis e Meia, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro. O show é produzido por Hermínio Bello de Carvalho, sob a direção de Manoel Carlos. Em outubro, estreia no Teatro Clara Nunes, Rio de Janeiro, um novo show, chamado Face à Faca, uma produção de Hermínio Bello de Carvalho, que segue, depois, por várias cidades brasileiras.
“A intenção desse show é mostrar todos os componentes desse grande elenco que encerra a vida e os gumes da faca que ela esmerilha. Detalhar em blocos temáticos os assaltos que sofremos à luz do dia, da noite, à luz da razão e do sofrimento. Para isso, o espetáculo foi fixado em sete partes: sete gumes que retalham os temas abordados. Em cada, um há uma faceta da vida como a ironia, a sensibilidade, a esperança, o segredo e o secreto da Simone criança e adulta que existe em mim. É um show que sou eu, sendo que sou eu retalhada”, diz Simone.
“Não há dúvidas, gestos medidos, voz controlada, Simone chega, enfim à categoria das cantoras que vão do particular ao geral, do subjetivo ao social, com a inteireza dos que sabem porquê e como cantar” – Revista Veja.
Nesse mesmo ano, a artista tem sua primeira música incluída na trilha de uma telenovela: Jura Secreta, em O Profeta, de Ivani Ribeiro, na TV Tupi. A partir daí, sua voz se tornaria presença constante na teledramaturgia brasileira: de 1977 a 2022, a cantora teve 57 músicas incluídas em trilhas sonoras da TV Tupi, TV Globo, Manchete, Bandeirantes, SBT, Rete 4 (Itália) e SIC (Portugal).
Em 1978, após receber uma mensagem espiritual de seu mentor, dizendo que ela sempre seria uma cigarra, Simone chega em sua casa em Itaipu e vê uma cigarra na porta. Como estava gravando seu novo álbum, pediu a Milton Nascimento que lhe fizesse uma música sobre a cigarra.
“Porque você pediu uma canção para cantar / Como a cigarra arrebenta de tanta luz / E enche de som o ar (…)”
Assim, surge o carinhoso apelido pelo qual Simone passaria a ser conhecida através dos anos – Cigarra.
“O disco é todo novo. É sequência do trabalho que venho fazendo, mais aberto, mais alegre. Tem também um trabalho de capa interna, novo. Tem músicas mais contrastantes. Como Petúnia Resedá, de Gonzaga Jr., e As Curvas da Estrada de Santos, de Roberto e Erasmo Carlos, músicas alegres, ao lado de Sangue e Pudins, de Fagner e Abel Silva, musica mais agressiva. Tem coisas mais interiores e profundas, como Coisas de Balada, de Nelson Ângelo e Fernando Brant. Tem também Lupicínio Rodrigues, com música triste, de fossa, Ela Disse-me Assim (Vá Embora). A poesia de Gonzaga Jr. em Diga Lá, Coração, joguei também Medo de Amar nº 2, de Sueli Costa e Tite de Lemos, aquela coisa de amor, faz e não faz, quer e não quer. Tem Gil falando de morte, Então Vale a Pena, mas de maneira lírica. Milton Nascimento me deu A Sede do Peixe (Para o Que Não Tem Solução), que ele havia feito com Márcio Borges, há 14 anos, mas não haviam gravado. A letra é tão atual quando a época de hoje. E a própria Cigarra, uma valsa que Milton e Ronaldo Bastos fizeram para mim. Geralmente o que me faz escolher uma música é o gostar. Não importa o compositor, ou se já foi gravada. O que não gosto é de fazer mais de quatro regravações num disco de dez músicas. A música de Sueli Costa me foi dada há muito tempo e um verso foi censurado ‘e de repente chega e me ataca, como se fosse um touro e eu uma vaca’. Por sinal, foi o único problema com a censura”, comenta Simone.
No mesmo ano, a cantora é convidada a participar do Projeto Pixinguinha, junto com Sueli Costa, mais uma produção de Hermínio Bello de Carvalho e direção de Fernando Pinto. O show percorre diversas cidades do Brasil, com estrondoso sucesso de público e a intérprete se consagra como uma das grandes cantoras populares da época, quebrando o rótulo de elitista que a crítica normalmente a impunha.
Em setembro, estreia o show Cigarra, com direção de Fernando Pinto, na cidade de Araraquara, passando por dezesseis cidades paulistas e mineiras, incluindo São Paulo. No mês seguinte viaja pelo interior do Rio Grande do Sul e faz quatro shows em Porto Alegre, entre os dias 20 e 23. Em 1º de novembro inicia uma temporada no Canecão, Rio de Janeiro.
O público, já fiel, aumenta ainda mais, quando ela grava Começar de Novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, no álbum Pedaços, produzido por Renato Corrêa e que rendeu à intérprete o primeiro Disco de Ouro de sua carreira. Além disso, a música foi tema do seriado Malu Mulher, com Regina Duarte, na TV Globo.
Em 28 de agosto, estreia no Ginásio do Sport, em Juiz de Fora, Minas Gerais, o show Pedaços. No mês seguinte é levado para Sorocaba, em São Paulo, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde faz dez apresentações devido ao imenso sucesso. Em outubro o espetáculo é apresentado no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, e em 7 de dezembro, sob nova direção, inicia a temporada no Canecão, Rio de Janeiro. Este foi o primeiro de muitos shows dirigidos por Flávio Rangel, uma nova e importante parceria que se estabelece na carreira da artista. Foi ele que sugeriu para que Simone cantasse Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores, de Geraldo Vandré.
Os anos 80 iniciam-se com a exibição do especial Simone Bittencourt de Oliveira, o primeiro da série Grandes Nomes, na TV Globo, dirigido por Daniel Filho. O show é basicamente o mesmo que estreou no Canecão e, com a apresentação na televisão, dá à artista ainda maior visibilidade. O show Pedaços excursiona por mais de cem cidades brasileiras e o disco gravado no Canecão dá a Simone seu segundo Disco de Ouro. Juntos, os álbuns Pedaços e Simone Ao Vivo atingem a marca de mais de 500 mil cópias vendidas em 1980.
Neste mesmo ano, grava o álbum Simone, com três músicas de Gonzaguinha; Sangrando torna-se um grande sucesso e é outra canção importante na carreira da cantora. No final do ano, nova estreia no Canecão, sob a direção de Flávio Rangel e, no show, uma homenagem a Vinicius de Moraes, com as músicas Rancho das Flores e Se Todos Fossem Iguais a Você. O show leva para o palco uma orquestra e coral, com cerca de quarenta pessoas e, depois, excursiona por todo o Brasil.
Em 1981, Simone assina contrato com a gravadora CBS e lança o álbum Amar, com a produção de Mazzola, outra grande parceria na carreira da artista. O disco traz sua primeira gravação em espanhol – Yo no te Pido, de Pablo Milanés, e é lançado na América Latina e nos Estados Unidos. Além de novo Disco de Ouro, Simone recebe seu primeiro Disco de Platina pela venda de mais de 250 mil cópias.
Mas é em 1982 que a cantora é consagrada cantando Para Não Dizer Que Não Falei de Flores junto com um coro de mais de 90 mil pessoas, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Com a voz embargada e envolvida pela emoção com o público, Simone chora e é ovacionada e aplaudida, num momento inesquecível para todos os brasileiros. O show, que reunia vários artistas, foi gravado e transmitido pela TV Globo. Em março, a artista estreia o show Amar, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, sob a direção de Flávio Rangel. O espetáculo tem recorde de público, pois por nove noites o ginásio fica lotado, ultrapassando a marca total de 135 mil pessoas. No final do ano, uma nova marca destaca o sucesso da artista: mais de 60 mil pessoas em um show na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, transmitido ao vivo, pela primeira vez na televisão brasileira, pela TV Globo.
Neste mesmo período, Simone lança o disco Corpo e Alma e grava novamente em espanhol: a música chama-se Alfonsina y el Mar, de Ariel Ramirez e Félix Luna. Pela primeira vez, a artista grava uma composição sua: Merecimento, em parceria com Abel Silva. O disco também é lançado na América Latina e os fãs latinos multiplicam-se, o que promove a apresentação da cantora em Buenos Aires, Argentina, em 1984, com enorme sucesso de público. Além de Alfonsina y el Mar, ela interpreta a conhecida canção Mi Buenos Aires Querido, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera. Um dos shows é gravado e exibido pela emissora ATC em toda Argentina.
No ano de 1983, lança o álbum Delírios, Delícias, produzido por Sérgio de Carvalho, dando-lhe mais um Disco de Ouro e de Platina. No álbum, mais uma gravação em espanhol – Contigo Aprendi, de Armando Manzanero. No final de novembro, estreia o show Delírios, Delícias, no Ginásio do Ibirapuera, São Paulo, com direção de Flávio Rangel. O espetáculo é gravado e exibido como especial de fim de ano pela TV Globo, com direção geral de Maurício Tavares e supervisão geral de Aloysio Legey.
No ano seguinte, lança Desejos, álbum produzido por Simone e Mazzola. Grava Iolanda (Pablo Milanés e versão de Chico Buarque) com Chico Buarque. O álbum confere à intérprete mais um Disco de Platina. Na Espanha, é lançado um compacto simples com uma gravação em espanhol de Yolanda, com a participação de Chico Buarque. Em dezembro, estreia o show Desejos, no Palace, São Paulo, com direção de Jorge Fernando. Segue, depois, em turnê por várias cidades no Brasil e exterior.
No ano de 1985, participa de dois projetos sociais: o internacional Hermanos com a música Cantaré, Cantarás, ao lado de artistas latinos, e o nacional Nordeste Já, com a canção Chega de Mágoa, gravando com artistas brasileiros. Em agosto, parte para uma excursão em 14 cidades japonesas, num total de 15 shows, incluindo a capital Tóquio. Os espetáculos geram um especial exibido pela TV NHK. Em novembro, lança o álbum Cristal, produzido por Simone e Mazzola, que rende à cantora mais um Disco de Platina.
Em março de 1986, apresenta-se pela primeira vez em Portugal, numa temporada de seis espetáculos no Coliseu dos Recreios, Lisboa, e dois no Coliseu do Porto Ageas, Porto. Simone bate recordes de público, em shows memoráveis para os portugueses. A primeira apresentação em Lisboa é gravada e depois exibida pela TV RTP, com produção de José Nuno Martins. Pelas vendagens do álbum Cristal, a CBS de Portugal entrega à artista um Disco de Prata.
Em julho, estreia o show Simone, no Scala II, Rio de Janeiro, sob a direção de Flávio Rangel. O espetáculo permanece durante sete meses em cartaz, um feito inédito na carreira da artista e, ao longo deste período, foi rebatizado com o nome de Amor e Paixão. Este também é o título do novo álbum lançado durante o período do show, sob a produção de Mazzola. O sucesso do show é tão grande que o disco atingiu a marca inédita de 500 mil cópias, dando à artista seu primeiro Disco Duplo de Platina.
Em 1987, a gravadora CBS lança na Argentina o álbum Simone, uma coletânea que inclui a primeira gravação solo de Yolanda, de Pablo Milanés, além de sucessos da carreira como Contigo Aprendí, de Armando Manzanero, e Alfonsina y el Mar, de Ariel Ramírez e Felix Luna, com nova gravação de voz. A coletânea também revela a cantora em momentos inéditos como nas versões Alma, de Sueli Costa e Abel Silva, e En Flor (Too Young), de Sid Lippman e Sylvia Dee, todas adaptadas para o espanhol por Oscar Goméz.
Em dezembro, é lançado no Brasil o álbum Vício, produzido por Mazzola, com dez músicas já gravadas por outros cantores, mas inéditas na sua voz. Milton Nascimento participa das músicas Você é Linda, de Caetano Veloso, e Cais, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.
No ano seguinte, Simone e tenor espanhol Plácido Domingo gravam no estúdio Power Station, em Nova York, a música Apaixonou, versão de Ronaldo Bastos para Till I Loved You, de Maury Yeston, especialmente para o projeto Goya… A Life in Song, de Yeston. A música também é incluída no álbum Sedução, que é lançado em outubro e que dá à cantora mais um Disco de Platina. Grava participação no especial Cazuza – Uma Prova de Amor, da TV Globo, cantando com ele Codinome Beija-Flor.
Em janeiro de 1989, estreia no Scala I, Rio de Janeiro, o show Sedução, primeiro com direção da própria cantora.
No mesmo período, foi convidada pelo G.R.E.S. Tradição, para puxar o samba-enredo Rio, Samba, Amor e Tradição, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, ao lado de Candanda, na Marquês de Sapucaí, no carnaval carioca.
Entre abril e maio, apresenta o show Sedução em várias cidades portuguesas. No Brasil, a TV Globo exibe o programa Simone – Especial, dirigido por Roberto Talma, gravado durante a temporada do show Sedução, no Palace em São Paulo.
Em dezembro, lança o álbum Simone, produzido pela cantora e por Mazzola, que rende à artista um novo Disco de Platina. Com músicas inéditas e algumas regravações, o álbum conta com a participação especial do maestro Tom Jobim, em duas músicas de sua autoria, Ligia e Luíza, gravadas em New York.
A década de 80 é encerrada com muitos discos de ouro e platina, um duplo de platina e um de prata, além de vários prêmios como melhor cantora do ano. Definitivamente, a artista se consagra como uma das mais importantes intérpretes da MPB, conquistando um público fiel que a acompanharia por décadas, a partir desse período.
Em 1990, a gravadora CBS lança a coletânea Liberdade, produzida por Simone e Mazzola, que traz fonogramas de álbuns lançados anteriormente pela intérprete, exceto pelas músicas O Sal da Terra, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, e os sambas-enredo Liberdade, Liberdade, de Niltinho Tristeza, Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir, e O Amanhã, de João Sérgio, unificados no mesmo arranjo, e que foram gravações inéditas.
No mês de maio de 1991, lança no Teatro Calderon, em Madrid, Espanha, o seu primeiro álbum em espanhol, Simone, produzido por José Luis de Carlos. Depois de alguns registros em álbuns anteriores, Simone canta agora a versão original de Yolanda, em dueto com seu autor, Pablo Milanés. A música Procuro Olvidarte, de Ana Magdalena e Manuel Alejandro, torna-se grande sucesso na voz da cantora.
A convite de Quincy Jones participa, pela primeira vez, do Montreux Jazz Festival – 1991, apresentando-se, em julho, no palco do Casino Montreux, com a música Começar de Novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, acompanhada por Quincy Jones and Big Band.
“Simone é demais, eu simplesmente a adoro. Ela vai fundo, penetra na alma”, declarou o produtor Quincy Jones.
Em novembro, lança o álbum Raio de Luz, produzido por Simone e Mazzola. Participa, ao lado de outros artistas, da gravação da música Luz do Mundo, de Chico Buarque, Djavan, Caetano Veloso e Arnaldo Antunes, para o projeto Se Essa Rua Fosse Minha, idealizado pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, com o propósito de mobilizar a sociedade brasileira em relação à exploração do trabalho infantil e crianças abandonadas.
No ano de 1992, estreia o show Sou Eu, no Imperator, Rio de Janeiro, com iluminação e direção de Ney Matogrosso, permanecendo dois meses em cartaz.
Em julho, participa mais uma vez do Montreux Jazz Festival – 1992, no Casino Montreux, acompanhada por sua banda e pela Mario Bauza Orchestra, regida por Quincy Jones. Também apresenta o show Sou Eu em Portugal e representa o Brasil na Expo 92, no Auditório Plaza de América, em Sevilla, Espanha.
Em 1993, retorna com o show Sou Eu a Portugal e, no Brasil, lança o álbum Sou Eu, baseado no show e produzido por Mazzola. No mês de abril, comemorando 20 anos de carreira, a TV Globo apresenta o especial Simone 20 Anos, gravado em Curitiba (Pedreira Leminski), Rio de Janeiro (estúdios Tycoon) e Havana (bar e reustarante Floridita). Com direção de Roberto Talma e direção musical de Mariozinho Rocha, o especial conta com participações de Ivan Lins, Ney Matogrosso, Roberto Carlos e Pablo Milanés, além de Fernanda Montenegro declamando versos de Abel Silva. No mesmo mês, Simone lança o seu segundo álbum em espanhol, La Distancia, produzido por Bebu Silvetti.
O show Sou Eu ganha o VI Prêmio Sharp na categoria Melhor Show, em evento realizado no Teatro Municipal, Rio de Janeiro. Participa, ainda, de mais dois projetos do sociólogo Betinho: Ação da Cidadania Contra a Fome (Show Pela Vida) e Natal Sem Fome, junto com outros cantores brasileiros.
No ano de 1994, apresenta-se no Teatro Ópera de Buenos Aires, Argentina, cantando sucessos em português e músicas dos dois álbuns em espanhol: Simone e La Distancia.
Em maio de 1995, lança o álbum Simone Bittencourt de Oliveira, produzido por Mazzola e recebe novo Disco de Platina. Em julho, estreia no Metropolitan, Rio de Janeiro, o show Sonho e Realidade, dirigido por José Possi Neto. Em novembro, assina contrato com a gravadora Polygram e grava o álbum 25 de Dezembro, idealizado e produzido por Simone e Marcos Maynard, somente com canções de Natal. Com este disco, Simone atinge a marca de um milhão de cópias vendidas em apenas 15 dias, recebendo seu primeiro Disco de Diamante.
No ano seguinte, lança na América Latina o seu terceiro álbum em espanhol (ainda pela Sony), Dos Enamoradas, produzido por Bebu Silvetti.
No mês de novembro, é lançado no Brasil o álbum Café com Leite, uma releitura da obra de Martinho da Vila. Idealizado por Simone, Marcos Maynard e Max Pierre, o álbum rende à artista Disco Duplo de Platina. No mesmo período, lança o álbum 25 de Diciembre, numa versão espanhola. O disco foi produzido por Simone e Marcos Maynard.
No ano de 1997, estreia Brasil “O Show”, no Palace, São Paulo, com direção de José Possi Neto. O espetáculo é gravado e lançado em CD, numa produção de Max Pierre. No ano seguinte, apresenta Brasil “O Show” em Punta Del Este, Caracas, Porto Rico, Miami e Portugal. Também participa do show Coração Brasileiro, gravado no Estádio Parc dês Princes, em Paris, França, com público estimado em 50.000 pessoas, transmitido pela TV Globo. Em setembro, participa do projeto Atlântico, produzido pela cantora portuguesa Eugénia Melo e Castro, em parceria com Nelson Motta, gravado em Lisboa, Portugal. Participa, também, do projeto Pão Music, promovido pela Rede Pão de Açúcar, apresentando Brasil “O Show” no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, para um público de 60.000 pessoas.
Neste mesmo ano, lança Loca, seu quinto álbum em espanhol. O disco também foi lançado no Brasil com algumas alterações da versão espanhola.
Em 1999, retorna a Portugal com Brasil “O Show” e, em setembro, participa de uma homenagem a Tom Jobim, All Jobim, no Main Hall do Carnegie Hall de Nova York, Estados Unidos.
Em janeiro de 2000, estreia no Canecão, Rio de Janeiro, o show Fica Comigo Esta Noite, com iluminação e direção de Ney Matogrosso. Em abril, Simone participa do show Festa Brasileira, pelas comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. O evento é exibido ao vivo pela TV Globo, direto de Brasília, para um público de 400.000 pessoas.
Em maio, lança o álbum Fica Comigo Esta Noite, produzido por Simone, Max Pierre e Antônio “Moogie” Canázio, pelo qual recebe um Disco de Ouro. Apresenta o show Fica Comigo Esta Noite na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, Bahia, em agosto e, novamente, em dezembro, quando o show foi transmitido pela TV Bahia e TVE.
No ano de 2001, participa do 25º Festival Internacional de Música do Algarve, a convite de José Carreras, em concerto realizado em Faro, Portugal. Em novembro, lança o álbum Seda Pura, idealizado por Simone e produzido por Guto Graça Mello. Em seguida, o show de mesmo nome estreia no Canecão, Rio de Janeiro, dirigido por Nelson Motta.
Em 2002, apresenta o show Seda Pura, em Punta Del Este (Uruguai), Figueira da Foz, Porto e Lisboa (Portugal). Em agosto, grava o álbum Feminino, idealizado por Simone e produzido por Guto Graça Melo; último lançado pela gravadora Universal e seu terceiro álbum ao vivo. No ano seguinte, retorna a Portugal e apresenta-se pela primeira vez em Luanda, Angola, na Casa 70, por três dias.
Estreia no Canecão, Rio de Janeiro, o show Simone, sob sua própria direção.
Em 2004, lança o álbum Baiana da Gema, somente com músicas de Ivan Lins e parceiros, pelo qual recebeu um Disco de Ouro e de Platina. O projeto dá origem ao seu primeiro DVD, Baiana da Gema – No Estúdio. Grava uma participação na novela da TV Globo, Celebridade, cantando a música Ex-Amor, junto com Martinho da Vila. Estreia o show Baiana da Gema, em setembro, no Tom Brasil – Nações Unidas, São Paulo, dirigido por Sandra Pêra. O DVD Baiana da Gema – No Estúdio é exibido como especial na TV Bandeirantes, em novembro, com a inclusão de depoimentos inéditos de Simone e Ivan Lins.
No ano de 2005, a artista apresenta-se novamente em Portugal, nas cidades de Cascais, Porto e Lisboa e, depois, em Lima, no Peru.
Grava o CD e DVD Simone Ao Vivo, idealizado por Simone e produzido por Antônio “Moogie” Canázio, no Teatro João Caetano, Rio de Janeiro, com as participações de Ivan Lins, Milton Nascimento e Zélia Duncan. O projeto rende à cantora um Disco e DVD de Ouro, além de três indicações ao Grammy Latino. Novamente retorna a Portugal, para mais uma temporada do show Baiana da Gema, apresentando-se em Olhão, Bragança, Crato, Ilha de São Miguel (Açores), Vila Praia D’Âncora, Lisboa e Braga.
O DVD Simone Ao Vivo é exibido em dezembro, como especial de fim de ano na TV Bandeirantes.
Em 2006, estreia no Canecão, Rio de Janeiro, o show Simone, sob direção da própria artista. Participa, em junho, do projeto Credicard Vozes, realizado no Bourbon Street, em São Paulo. E, em agosto, participa do projeto Tom Acústico, realizado no Tom Brasil, em São Paulo, junto com Zélia Duncan. O mesmo show é apresentado, em dezembro, no Vivo Rio, Rio de Janeiro.
No mesmo ano, apresenta-se no Broward Center, em Miami, Estados Unidos, com a participação especial de Ivan Lins.
No ano de 2007, Simone participa do concerto em comemoração aos 45 anos de carreira da cantora americana Dionne Warwick, em São Paulo. Em setembro, apresenta-se no projeto Loucos por Música, ao lado de Mariene de Castro e Zélia Duncan, na Concha Acústica, Salvador, Bahia. Grava participação especial na novela Paraíso Tropical, da TV Globo, cantando as músicas Existe um Céu, de Francis Hime e Geraldo Carneiro, e Codinome Beija-Flor, de Reinaldo Arias, Cazuza e Ezequiel Neves.
Com direção geral de Andréa Zeni e direção musical de Bia Paes Leme, Simone e Zélia Duncan gravam em outubro, no Auditório Ibirapuera, São Paulo, o CD e DVD Amigo é Casa. Lançado em 2008, o projeto marca a estreia de Simone na gravadora Biscoito Fino. Ainda em outubro, apresenta o show Simone no 50º Aniversário do Casino Estoril, Cascais, Portugal. Na ocasião, surpreende a plateia ao cantar junto com o cantor Luís Represas o fado Nem às Paredes Confesso, de Ferrer Trindade, Max de Sousa e Artur Ribeiro.
Em junho de 2008, ao lado de Zélia Duncan, estreia o show Amigo é Casa no Teatro SESI de Porto Alegre e, depois, o espetáculo percorre várias cidades no Brasil e, no ano seguinte, em várias cidades portuguesas. Além disso, Simone é convidada pelo cantor português Luís Represas para participar de seu show Olhos nos Olhos. O show foi lançado em CD e DVD, com o título Ao vivo no Campo Pequeno e Simone canta Começar de Novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, Desencontro, de Margarida Pinto e Luís Represas, Feiticeira, de Francisco Viana e Luís Represas, e Iolanda, versão de Chico Buarque para Yolanda, de Pablo Milanés. Novamente, a artista é convidada para um novo show em Luanda, Angola, na Casa 70.
Em agosto de 2009, lança o álbum Na Veia, seu primeiro disco solo pela Biscoito Fino, produzido por Simone e Rodolfo Stroeter. Essencialmente, o álbum apresenta músicas inéditas, incluindo Vale a Pena Tentar, antiga composição de Simone em parceria com Hermínio Bello de Carvalho e que tinha o título de À Beira dos Lençóis. Em setembro, o show Em Boa Companhia, dirigido por José Possi Neto, estreia no Canecão, Rio de Janeiro.
Em 2010, grava no Teatro Guararapes, Recife, o CD duplo e DVD Em Boa Companhia e apresenta o show homônimo (com a inclusão de algumas músicas em espanhol no roteiro), na República Dominicana e no México (38º Festival Internacional Cervantino – FIC), além de várias cidades brasileiras.
No ano seguinte, grava participação especial na novela Insensato Coração, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, cantando alguns de seus sucessos recentes e antigos. Apresenta-se em Portugal com o show Em Boa Companhia, no Coliseu do Porto Ageas, Porto, e Coliseu dos Recreios, Lisboa.
Em 2012, apresenta o espetáculo Especial Pra Você, dirigido por Simone, nas cidades portuguesas de Setubal, São Miguel (Açores), Lisboa e Porto. No repertório, sucessos de sua carreira e a inclusão do fado Foi Deus, de Alberto Janes, cantado apenas com o acompanhamento de tamborim e cuíca.
No ano de 2013, Simone completa 40 anos de carreira e lança o novo álbum É Melhor Ser, com repertório escolhido por Simone e Zélia Duncan e direção musical de Bia Paes Leme e Leandro Braga. O álbum traz músicas compostas somente por mulheres e é uma homenagem às compositoras que marcaram sua trajetória, como Sueli Costa, Fátima Guedes e Joyce, dentre outras.
A música que abre e fecha o disco é uma parceria de Simone com Fernanda Montenegro, a partir de um trecho extraído de um bilhete escrito pela atriz em 1984 (para o release do álbum Desejos): “Uma pessoa é o que a sua voz é. No jogo dramático e no canto, o artista também é o que são, a sua voz e o seu canto”.
E assim, como Milton Nascimento e Ronaldo Bastos compuseram na década de 1970, “como a Cigarra acende o verão e ilumina o ar” – frase que identifica a cantora – as palavras de Fernanda Montenegro, resgatadas quase 30 anos depois pela própria Simone, definem a artista que possui “o sotaque e timbre mais peculiares da MPB”. Outra canção de sua autoria é o bolero Só se For, parceria com Zélia Duncan.
Simultaneamente ao lançamento do disco, Simone estreia em outubro no Teatro Oi Casagrande, Rio de janeiro, o show homônimo. A direção do espetáculo é da atriz Christiane Torloni, grande amiga da cantora, e mantém o tom feminino da proposta do disco. Simone leva o álbum na íntegra para o palco, enriquecido com músicas que marcam grandes momentos do show, como Candeeiro, de Teresa Cristina, Canteiros, de Fagner e Cecília Meireles, e A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran.
Em 2014, o show É Melhor Ser continua em turnê pelo Brasil, lotando teatros e casas de shows. Também se apresenta na Cidade do México, no Teatro de la Ciudad. No ano seguinte, a turnê é apresentada no projeto Teatro a R$1,00, patrocinado pela Bradesco Seguros. Uma oportunidade única, que fez com que milhares de pessoas que nunca tinham ido ao teatro pudessem estar presentes, pela primeira vez. A turnê inicia em Belo Horizonte e percorre diversas cidades brasileiras.
No ano de 2017, Simone faz novos shows em Portugal, ao lado de Zélia Duncan, passando por Lisboa, Estoril e Porto. Ao final do ano, a artista se apresenta em show gratuito em João Pessoa, no Busto de Tamandaré, com a Orquestra Sinfônica de João Pessoa.
Em 2018, a convite da T4F, Simone convida Ivan Lins para criarem juntos o show Simone Encontra Ivan Lins. O Show tem repertório exclusivo de Ivan Lins e seus parceiros, com direção de Zélia Duncan, direção musical de Delia Fischer e figurinos e cenário de Simone Mina. Novamente, o espetáculo percorre as principais cidades brasileiras, com grande sucesso de público. No verão europeu, Simone participa do festival Raízes do Atlântico 2018, em Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal.
No ano de 2019, a turnê Simone Encontra Ivan Lins segue para Portugal (Lisboa, Estoril e Porto) e, de volta ao Brasil, percorre novas cidades do país. No segundo semestre, o show passa por modificações e Simone se apresenta sozinha no show Simone Canta Ivan Lins, mantendo a ideia do show anterior. Novamente, percorre várias cidades do Brasil.
Em março de 2020, no mês em que comemora 47 anos de carreira, o mundo começa a parar em função da pandemia da Covid-19 e, no mês seguinte, Simone se aproxima do público através de uma série de lives pelo Instagram. A cantora se desafia e inova, despindo-se de toda a estrutura a que está habituada nos palcos e, no aconchego de casa, leva alegria, esperança e força ao seu público, nestes tempos difíceis. As lives vão ao ar durante o ano de 2020, sempre aos domingos, às 18 h, chegando a ter mais de 8 mil participantes por live; algumas foram transmitidas, simultaneamente, pelo canal Art 1 e pelo canal da cantora, no Youtube e Facebook. Foram 35 lives em que Simone passeou pelo seu repertório, cantando mais de 400 canções, entre grandes sucessos seus e músicas inéditas na sua voz. O evento ficou registrado na memória de seu público, que teve a oportunidade de assistir 35 shows diferentes, exclusivos e emocionantes, como se estivessem num sarau na casa da artista. Em uma das lives, Simone apresenta uma nova composição sua com o poeta português Tiago Torres da Silva, chamada Nua. Também, em uma das lives, a cantora homenageia seu ídolo e amigo, Milton Nascimento. Em 25 de dezembro de 2020, ela faz a última live do ano, celebrando o seu aniversário junto com o público, num evento memorável.
No mês de março de 2021, comemorando 48 anos de carreira, Simone faz uma nova live, com uma releitura das principais canções de seu primeiro disco, Simone, e outras músicas inéditas na sua interpretação. Em abril, faz a 37ª live, desta vez em homenagem a Roberto Carlos, interpretando várias canções do artista.
No segundo semestre, após ficar oito anos sem gravar, começa a escolher o repertório de seu novo trabalho e, no início da primavera, a Cigarra entra em estúdio para gravar o novo álbum, intitulado Da Gente. Zélia Duncan foi convidada para dirigir o álbum e trouxe várias ideias, sugeriu compositores e músicas e apresentou Juliano Holanda (compositor, músico, cantor e produtor pernambucano) para Simone. Juliano assina a produção e direção musical e também participa como músico e compositor de duas canções: Haja Terapia e Boca em Brasa, esta, em parceria com Zélia Duncan. Da Gente possui uma alma nordestina, pois Simone queria que seu novo trabalho homenageasse o povo nordestino e refletisse também suas próprias raízes; esse projeto estava em sua mente há algum tempo. Juliano Holanda diz que Simone queria retratar um nordeste contemporâneo, com toda a sua diversidade. O título do novo trabalho vem da música Naturalmente, de Socorro Lira e Roberto Tranjan, e a artista oferece seu novo álbum ao seu público, agradecendo a todos e dizendo que é mesmo Da Gente, de todos nós.
Todos os compositores são nordestinos, incluindo a própria Simone na parceria com o poeta português Tiago Torres da Silva, na canção Nua, que ela já havia apresentado em uma das lives que fez em 2020. Como ela mesma diz, “os únicos que não são nordestinos são Zélia Duncan e Tiago, e ambos foram admitidos como nordestinos”. A maioria das músicas é composta por mulheres e isso não foi uma escolha prévia, acabou acontecendo. Simone fala que este é um disco solar, feito durante um período de pandemia, após cerca de um ano e meio sem sair de casa. As primeiras reuniões sobre o novo trabalho foram feitas virtualmente e, quando se encontraram no estúdio, estavam todos de máscara; um desafio novo a ser enfrentado. O álbum também traz uma novidade: a ausência de teclados e pianos. No início, Simone achou que poderia ficar meio vazio, pois nunca tinha feito um álbum sem teclados. Como ela sempre participou do processo de criação dos arranjos, dando sugestões ou pedindo mudanças, fez o mesmo neste novo trabalho e ficou muito satisfeita com o resultado.
Em 18 de fevereiro de 2022 foi lançada a música Haja Terapia em todas as plataformas de streaming e, no dia 18 de março, prestes a completar 49 anos de carreira, Simone lançou também nas plataformas musicais o álbum Da Gente. Logo em seguida participou de programas de televisão, como Mais Você com Ana Maria Braga, Faustão na Band e Fantástico, apresentando algumas canções do novo disco.
No final do mês de julho, foi convidada para participar da 30ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em Pernambuco, onde cantou algumas músicas do novo álbum junto com algumas compositoras das mesmas: Rogéria Dera, Joana Terra e Isabela Moraes. O show foi transmitido pelo YouTube no canal TV Pernambuco. Após dois anos e meio afastada dos shows, em função da pandemia, a artista voltou a subir no palco e encantar o público presente, cantando alguns sucessos antigos e várias canções do novo trabalho. Foi eleita, pelo público, como a melhor atração do Festival, através do site StrawPoll.com. O álbum que homenageia o nordeste e seu povo, foi lançado em um festival de música no nordeste; tudo em perfeita sintonia.
No mês de setembro, Simone participou de alguns shows de Milton Nascimento em São Paulo, Salvador e Recife. O cantor encerrou sua apresentação nos palcos com turnê A Última Sessão de Música. Um momento emocionante para a artista que, inevitavelmente, relembrou os anos 70 quando cantou com Milton no show Minas Geraes, em algumas cidades brasileiras. Também neste mês, Simone fez show na abertura da 1ª Bienal das Artes, na Aldeia Cabana, em Belém.
Em novembro, a cantora retornou a Portugal para três espetáculos no Porto, Estoril e Lisboa. As apresentações tiveram teatros lotados e o público português pode vivenciar momentos emocionantes junto com a Cigarra.
O ano de 2023 iniciou com um projeto especial de comemoração aos 50 anos de carreira da artista. Simone escolhe Marcus Preto como diretor de seu novo show e entrega a produção e direção geral a Nascimento Música, empresa do querido amigo Milton Nascimento, administrada por Augusto Nascimento, filho do cantor. A rotina de preparação corporal, escolha de repertório e ensaios inicia e, assim, vai nascendo o novo espetáculo da cantora. No dia 20 de março, data em que a Cigarra comemorou seus 50 anos de carreira, foi lançado o teaser divulgando a turnê Tô Voltando.
O show traz os principais sucessos da cantora ao longo de sua trajetória. Músicas que marcaram época e que estão registradas na memória afetiva de muitas pessoas no Brasil e no mundo, como O Que Será (À Flor da Terra), de Chico Buarque, Cigarra, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, Começar de Novo, de Ivan Lins e Vitor Martins, Tô Voltando, de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro, e Um Desejo Só Não Basta, de Fausto Nilo e Franscisco Casaverde, entre tantos outros hits. Também está presente no roteiro do show, uma música inédita na voz de Simone, que é Divina Comédia Humana, canção feita por Belchior para ela gravar no álbum Face a Face, mas que foi vetada pela censura da época. E ainda dois sucessos do álbum Da Gente: Haja Terapia, de Juliano Holanda, e Boca em Brasa, de Juliano Holanda e Zélia Duncan.
Como a própria Simone diz: “Passou um filme na minha cabeça, cantando todas estas canções”. E sem dúvida que este filme também passa na cabeça de muitas pessoas que tiveram suas histórias embaladas pela voz da Cigarra nestes últimos 50 anos.
A banda da turnê Tô Voltando é composta pela maioria de músicos jovens, que a cantora apresenta como “meu jardim de infância”: Frederico Heliodoro (baixo), Filipe Coimbra (guitarra e violão), Chico Lira (teclados), Ronaldo Silva (bateria) e André Siqueira (percussão). Muitas canções ganham arranjos e leituras completamente novas e que despertam elogios do público, como é o caso da música Separação, de José Augusto e Paulo Sérgio Valle, gravada no álbum Sedução. O show tem a direção musical de Pupillo e direção visual de Adriana Jorge.
A turnê teve pré-estreia em 15 de abril na cidade de Juiz de Fora (MG) e, logo em seguida, estreou no Rio de Janeiro e São Paulo, seguindo depois pelas principais capitais e cidades brasileiras, sempre com grande sucesso de público e de crítica. Além do Brasil, Simone também se apresentou em Montevidéu, no Uruguai, e incluiu no roteiro duas canções em espanhol: Contigo Aprendí, de Armando Manzanero, e Procuro Olvidarte, de Ana Magdalena e Manuel Alejandro.
A turnê Tô Voltando traz de volta aquela Simone que despontou no final dos anos 70 com shows memoráveis no Canecão, que lotou ginásios nos anos 80 e 90 e que magnetizou milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Simone voltou com toda a energia e carisma que lhe são peculiares, encantando seu público fiel que a acompanha todos esses anos e conquistando uma nova geração de admiradores. O grande sucesso da turnê Tô Voltando é resultado de 50 anos de dedicação, profissionalismo, garra e muito amor que a cantora sempre colocou em seu trabalho. O resultado não poderia ser diferente: uma carreira brilhante e que consolida Simone como um dos nomes mais importantes da música popular brasileira.
Em julho, a cantora é convidada para participar da animação infantil Mundo Bita, um projeto lúdico de muito sucesso criado por Chaps, músico pernambucano. Simone fica feliz e honrada com o convite, pois adora a pureza das crianças e sempre se emociona com a presença delas em seus shows. Então, cantar para o público infantil é poder levar sua mensagem a este universo. No episódio, a história das formigas que precisam de ajuda da música da cigarra para levar uma acerola para o formigueiro e a canção Cigarra, interpretada junto com Chaps. Assim, além de gravar uma nova versão de Cigarra, Simone vira personagem de animação infantil no episódio; mais uma homenagem aos seus 50 anos de carreira. Em 1983, já tinha participado do álbum infantil e especial de TV, Casa de Brinquedos, projeto de Toquinho, com a música A Bicicleta.
Em agosto, Simone leva a turnê Tô Voltando a sua terra natal, Salvador, e conta com a participação especial de Carlinhos Brown e do bloco Ilê Aiyê. O show acontece na Concha Acústica do Teatro Castro Alves e algumas músicas são acrescentadas ao repertório do show: Tantinho, de Carlinhos Brown, Depois Que o Ilê Passar, de Miltão, Negrume da Noite, de Cuiuba e Paulinho do Reco, e Muito Obrigado Axé, de Carlinhos Brown. O público vibra com o carisma e a empolgação da Cigarra, acompanhada do Ilê Aiyê e Brown.
No mês de setembro, participa do Coala Festival, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo. Simone surpreende com uma jaqueta cravejada de cristais e inicia o show tocando guitarra e cantando O Tempo Não Pára, de Arnaldo Brandão e Cazuza, sucesso que gravou no álbum Sedução. O show conta com a participação de Juliana Linhares cantando Jura Secreta, de Sueli Costa e Abel Silva, e Jota.Pê, na música Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brant.
No dia 12 de novembro de 2023, Simone recebeu em Sevilha, Espanha, seu primeiro Grammy Latino, Prêmio à Excelência Musical, pelo conjunto de sua obra. A cerimônia de entrega proporcionou momentos emocionantes à artista e a todos os seus admiradores, pelo reconhecimento de uma sólida carreira que completa cinco décadas. A cantora foi enaltecida não apenas por seu talento e contribuição à música brasileira e latina com suas canções de amor, mas também por músicas que representaram momentos políticos importantes da história brasileira. Cenas marcantes de sua trajetória musical foram apresentados numa breve retrospectiva que revelou a todos os presentes as diferentes facetas da artista em diversas épocas de sua carreira, ressaltando seu carisma, timbre e talento através do depoimento de artistas brasileiros como Milton Nascimento, Ivan Lins, Martinho da Vila e Zélia Duncan. Este foi um momento muito especial na vida da Cigarra que construiu uma trajetória brilhante, enfrentando todas as batalhas e adversidades comuns a uma carreira artística, na qual é preciso reafirmar-se a todo momento para manter-se na memória do público. Para este público que a admira e a acompanha há décadas, ela agradece e reconhece que sem ele e todos os que fizeram parte da sua história, ela não estaria onde está! “Estou muito feliz pelo reconhecimento do meu trabalho e compartilho com todos que fizeram parte desta caminhada. É a celebração destes 50 anos dedicados à música”, celebra a artista.
No mês de dezembro, é lançado o single Por que Você Não Vem Morar Comigo?, de Chico César, música gravada em parceria com Ney Matogrosso, amigo da Cigarra há 50 anos. Simone e Ney já haviam cantado juntos em show e especial de TV, mas este é o primeiro registro fonográfico da dupla.
Ainda em dezembro, Simone e Zé Ibarra participam da quarta edição da série Encontros Históricos na Sala São Paulo, acompanhados pela Orquestra Brasil Jazz Sinfônica e o regente Ruriá Duprat.
Mal começa o ano de 2024 e mais duas novidades nas parcerias da Cigarra. Desta vez, a cantora divide o palco com Maria Gadú, no Festival Universo Spanta, na Maria da Glória, Rio de Janeiro, e Teresa Cristina, no show O Céu de Madureira é Mais Bonito, no Vivo Rio, Rio de Janeiro.
Em fevereiro, participa do desfile da escola de samba Portela, no sambódromo carioca, e da edição de dez anos do Baile da Arara, na Casa França Brasil, Rio de Janeiro, sob o comando de Pretinho da Serrinha.
Em março, participa do show Sandra Pêra em Belchior, no Clube do Choro, em Brasília.
Em maio, a TV Brasil exibe o programa de entrevistas Sem Censura dedicado à carreira de Simone. Entre os convidados, Ana Costa, Leonardo Lichote e Fabiane Pereira. Grava no Vivo Rio, Rio de Janeiro, o show Tô Voltando, com participações de Zélia Duncan e de ritmistas da bateria da escola de samba Portela, sob o comando de mestre Nilo Sérgio.
Em junho, apresenta-se na 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira, ao lado de Ney Matogrosso, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No mesmo mês, acompanhada por Marcos Valle, Simone participa do show Um Som Pro Sul, projeto realizado no Circo Voador, Rio de Janeiro, com foco em arrecadação para o movimento RS Música Urgente, que destina toda a renda para os setores de Cultura e Música do Rio Grande do Sul.
Em setembro, participa da tradicional Feijoada da Família Portelense. O show é realizado na Quadra da Portela, Rio de Janeiro, e conta também com a Velha Guarda da Azul e Branco de Madureira, Gilsinho e a Tabajara do Samba.
Em outubro, apresenta-se no Festival Clássicos do Brasil, na Marina da Glória, Rio de Janeiro, e participa do show de aniversário de Zélia Duncan, Bailão ZD 60, no Circo Voador, Rio de Janeiro.
Luiz Carlos Silveira Dias Júnior
Novembro 2024
Canções emblemáticas da Cigarra embalaram filmes, novelas e seriados nos últimos 50 anos.
Leia mais
O Brasil ficou pequeno para a voz de Simone, que ganhou fãs em todas as partes do mundo.
Leia mais